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9 mitos e verdades sobre fazer faculdade no exterior

Educadores esclarecem dúvidas comuns sobre estudar fora do Brasil e mostram que o sonho pode ser acessível

VAGNER LIMA
10/09/2025 10h21 - Atualizado há 3 horas
9 mitos e verdades sobre fazer faculdade no exterior
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Estudar fora do Brasil é um desejo recorrente entre muitos jovens — e também entre seus familiares. A ideia de viver em outro país, cursar uma universidade internacional e aprimorar a fluência em outro idioma carrega, além de muito entusiasmo, uma série de dúvidas e suposições. Afinal, é preciso ser bilíngue? As universidades exigem notas altíssimas? Preciso saber desde já qual carreira quero seguir?

Para responder a essas e outras questões, quatro educadores de escolas bilíngues esclarecem o que é mito e o que é verdade quando o assunto é fazer faculdade no exterior. Confira abaixo:

1. Mito: é preciso muito dinheiro para estudar fora

É comum imaginar que estudar no exterior seja um privilégio apenas para famílias com alto poder aquisitivo. No entanto, essa ideia nem sempre corresponde à realidade. “Existem opções de universidades em países com custo mais acessível, além de diversas instituições que oferecem bolsas de estudo, com base em mérito acadêmico, engajamento social, esportes ou talentos específicos, que cobrem totalmente ou parcialmente a estadia e alimentação do aluno”, explica Samuel Ferreira Gama Junior, consultor de carreiras da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo/SP.

2. Verdade: é preciso se preparar com antecedência

O planejamento é indispensável. Os processos de admissão no exterior geralmente começam de um a dois anos antes do início das aulas, e envolvem provas, cartas de recomendação, entrevistas e produção de redações. “Quanto mais cedo o aluno começar a se informar e a se preparar, maiores serão suas chances. O processo é criterioso, mas possível para quem se organiza”, afirma o educador da Aubrick.

3. Verdade: é preciso ser bilíngue no idioma do país

Para ingressar em uma universidade estrangeira, é fundamental que o aluno apresente um nível adequado de proficiência no idioma (seja o inglês, espanhol, francês ou outros) por meio de exames como TOEFL, IELTS ou DELF, capaz de garantir sua participação ativa em aulas, avaliações e interações acadêmicas. Ao mesmo tempo, é importante destacar que essa proficiência será naturalmente ampliada ao longo da vivência internacional, por meio da exposição a diferentes situações, vocabulários e contextos que enriquecerão sua fluência.

“Nesse sentido, ter estudado em uma escola de currículo bilíngue não representa somente uma preparação essencial, mas também abre portas para a admissão e assegura uma adaptação mais tranquila e produtiva na vida universitária internacional”, explica Renata Bonacin, coordenadora do IB-DP do colégio Progresso Bilíngue, de Campinas/SP.

4. Mito: é preciso ser um aluno excepcional

Muitos acreditam que apenas estudantes com notas perfeitas podem conquistar uma vaga fora do país, mas isso não é verdade. As universidades estrangeiras costumam adotar um olhar bastante holístico sobre o candidato, considerando aspectos que apontam sobre as contribuições que ele trará para a instituição. “Mais do que apenas um bom boletim, os Admissions Officers (comitês de admissão) valorizam habilidades desenvolvidas e comprovadas pelo candidato, tais como criatividade, liderança, engajamento e perseverança em projetos sociais ou esportivos, capacidade de trabalhar em equipe”, afirma a coordenadora IB do Progresso.

5. Verdade: cada país e universidade tem seu processo de admissão

Não existe um modelo único de seleção para ingressar em universidades no exterior. Os critérios, prazos e exigências variam bastante de acordo com o país e a instituição. “Alguns lugares priorizam provas padronizadas; outros dão mais peso a entrevistas ou cartas de intenção. Por isso, é essencial conhecer bem o processo específico de cada universidade pretendida”, orienta Marilda Bardal, coordenadora de relações internacionais e institucionais da Escola Internacional de Alphaville - EIA, de Barueri/SP.

6. Mito: só vale a pena estudar fora se for em uma universidade famosa

Embora universidades renomadas como Harvard, Oxford ou Stanford sejam muito prestigiadas, a experiência internacional vai além do nome da instituição. “Estudar fora amplia a visão de mundo, desenvolve autonomia, abre portas para redes internacionais e proporciona crescimento pessoal. Mesmo em instituições menos conhecidas, os benefícios são significativos”, reforça Marilda, da EIA.

7. Mito: estudantes brasileiros não recebem assistência para adaptação

“Universidades estrangeiras, especialmente em países com tradição de receber estudantes internacionais, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, entre outros, geralmente têm uma abordagem bem estruturada e acolhedora para tratar esses alunos”, acrescenta Marilda. Ela elenca alguns aspectos importantes de como elas costumam tratar os estudantes internacionais: escritório de apoio ao estudante internacional, programas de orientação e integração, apoio acadêmico especializado, alojamento e vida no campus, apoio à carreira e estágios, comunidade e clubes, saúde mental e bem-estar.

8. Verdade: dá para trabalhar e viajar enquanto estuda

A possibilidade de trabalhar durante os estudos varia conforme o país e o tipo de visto, mas sim, é uma realidade em muitos destinos. “O trabalho no campus de 20 horas semanais permite não só complementar a renda, mas também desenvolver habilidades profissionais e praticar o idioma em situações reais. E ainda é possível aproveitar finais de semana e o recesso escolar para viagens e imersões culturais”, afirma Ana Cláudia Gomes, counselor do colégio Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP.

9. Mito: é preciso escolher a carreira ou o curso antes

Em vários sistemas educacionais de países no exterior, os estudantes ingressam na universidade se declarando indecisos quanto ao curso que vão seguir e só depois de um ano decidem sua especialização. “Isso dá ao jovem mais tempo para amadurecer sua escolha profissional, explorando diferentes possibilidades antes de definir o caminho. É uma abordagem muito benéfica para quem ainda está em dúvida”, conclui Ana Cláudia, do BIS.

Os especialistas:

Ana Cláudia Gomes é mestre em Comportamento Organizacional pela University of Nevada (EUA), Pós-graduada em Bilinguismo pela Faculdade Singularidades, bacharel em Língua Inglesa e Literatura e em Pedagogia, além de possuir certificações em tradução simultânea e aconselhamento educacional. É especialista em orientação acadêmica e aplicação para universidades internacionais, com sólida experiência como coordenadora pedagógica e docente em escolas bilíngues, tendo liderado projetos de formação docente, análise de dados educacionais e desenvolvimento curricular.

Marilda Bardal é graduada pela Universidade de São Paulo, atuou como professora de Ciências, Matemática, Biologia e Química, e também como Pedagoga com habilitação em Administração Escolar e Supervisão Escolar nas redes pública e privada de ensino. Atua na área da Educação há mais de quatro décadas; e atualmente, exerce as funções de diretora substituta e coordenadora de relações internacionais e institucionais na Escola Internacional de Alphaville.

Renata Bonacin é doutora em Química pela Universidade de São Paulo (USP), tendo realizado parte de sua pesquisa de doutorado na Rutgers University (New Jersey, EUA). Apaixonada pelo sucesso estudantil, e com mais de uma década de experiência no International Baccalaureate Diploma Programme (IB-DP), Renata é coordenadora do IB-DP e do Programa Bilíngue dos Anos Finais do Ensino Fundamental do Colégio Progresso Bilíngue Cambuí. Ao longo de sua trajetória, também atuou como professora de IB Chemistry e coordenadora do Extended Essay, dando suporte aos alunos do IB na busca por excelência acadêmica e por sucesso em seus processos de candidatura a universidades internacionais e brasileiras.

Samuel Gama é mestre em Educação (University of Chichester, UK), pós-graduado em Psicopedagogia (Instituto Singularidades); e bacharel em Língua e Literatura Portuguesa e Inglesa (Faculdades Metropolitanas Unidas) e Administração (The University of British Columbia, Canadá). Com mais de 15 anos de experiência, já ocupou cargos de gestão acadêmica, além de ter atuado como mentor de professores e formador em inovação pedagógica e examinador internacional do British Council. É conselheiro universitário de carreiras e orientador educacional do Ensino Médio na Escola Bilíngue Aubrick.

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VAGNER ADACIANO DE LIMA
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FONTE: FSB Comunicação
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