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O empreendedorismo brasileiro e a urgência da inovação sustentável

*Por: Claudia Schulz, CEO da Abstartups

AGêNCIA PINEPR
11/09/2025 12h56 - Atualizado há 4 horas
O empreendedorismo brasileiro e a urgência da inovação sustentável
Imagem: Freepik
 

A teoria das ondas de inovação, proposta por Joseph Schumpeter, mostra como a tecnologia e o empreendedorismo se transformam ao longo da história para responder aos desafios de cada época. Hoje, vivemos intensamente a sexta onda, marcada pela busca por soluções sustentáveis diante das emergências climáticas que já não podem ser ignoradas.

Nesse cenário, o Brasil tem uma posição estratégica. Nossa diversidade de recursos naturais, combinada aos desafios sociais e ambientais de um território continental, abre espaço para um ecossistema de inovação capaz de gerar impacto local e global. Mas para transformar esse potencial em realidade, precisamos incentivar empreendimentos de base sustentável, com políticas públicas sólidas, acesso a capital e uma mentalidade empreendedora cada vez mais conectada ao ESG.

O futuro sustentável já está em construção

No ecossistema de startups, percebemos uma expansão significativa das soluções voltadas para a sustentabilidade. Da gestão de resíduos à geração de energia limpa, passando por tecnologias de compensação e captura de carbono, há empreendedores brasileiros atuando em diversas frentes.

Na área de resíduos, por exemplo, vemos startups como a Recicla.club, que conecta empresas a destinos adequados para todo tipo de material, e a Valora, que amplia essa solução para condomínios. Já no mercado B2C, iniciativas como a Flori gamificam a reciclagem, estimulando a participação do consumidor final.

A energia limpa desponta como outro setor promissor. Modelos de assinatura, como os oferecidos pela Enliv e pela Volters, democratizam o acesso à energia renovável, aproximando produtores e consumidores. Além disso, começam a surgir soluções mais sofisticadas, que vão desde o uso da nanotecnologia para otimizar matérias-primas até ferramentas digitais para neutralização de carbono.

Desafios para consolidar um mercado sustentável

Apesar das oportunidades, os obstáculos são relevantes. A primeira barreira é cultural e de mercado: convencer empresas e consumidores de que mudar hábitos e processos vale a pena não apenas para o planeta, mas também para os resultados financeiros.

Startups que buscam dialogar diretamente com o consumidor final enfrentam ainda mais dificuldades de escala e adesão, embora encontrem um espaço menos saturado e com grande potencial de crescimento. Por outro lado, aquelas que atuam no modelo B2B encontram maior previsibilidade e acesso a investimentos.

Há também o desafio regulatório: métricas, certificações e normas precisam acompanhar a velocidade da inovação. A ausência de clareza regulatória pode atrasar negócios, mas, ao mesmo tempo, já vemos avanços em políticas públicas de incentivo e benefícios fiscais para empresas que apostam em inovação sustentável.

O Brasil diante da nova economia

O movimento global é claro: o empreendedorismo está se alinhando cada vez mais com um desenvolvimento consciente e sustentável. O Brasil não apenas acompanha essa tendência, como tem a chance de liderá-la. Temos talentos, criatividade e uma biodiversidade única que pode ser base para soluções inovadoras com impacto mundial.

Se soubermos aproveitar essa onda, o futuro sustentável deixará de ser apenas uma promessa e se tornará o diferencial competitivo do nosso ecossistema empreendedor. E, nesse caminho, as startups brasileiras terão papel decisivo.


 

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Bruna Cruz Faraco
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