Conflitos Podem Ser Motores de Crescimento Pessoal e Organizacional, dizem especialistas
Especialistas do Centro Sistêmico de Soluções de Conflito defendem que todo conflito é o início de uma transformação.
HABLA FM
09/10/2025 15h22 - Atualizado há 12 horas
Imagem concedida pelos entrevistados para fins jornalísticos
Tensões e desentendimentos, quando conduzidos de forma estratégica, podem ser transformados em oportunidades de desenvolvimento humano e crescimento organizacional. Profissionais especializados em métodos adequados de solução de conflitos afirmam que, em vez de problemas a serem evitados, os conflitos funcionam como catalisadores de aprendizado, inovação e oportunidade para reorganização e fortalecimento de equipes.
Dados do mercado, entre 2024-2025, apontam que a rotatividade de funcionários representa uma perda de mais de R$ 600 bilhões ao ano para as organizações brasileiras, considerando custos trabalhistas e perda de produtividade. Entre os principais motivos de desligamento voluntário estão os conflitos internos não resolvidos, que trazem sentimentos de insatisfação e afetam diretamente o clima organizacional. Um dos indícios mais visíveis de que conflitos mal resolvidos fazem mal às organizações está nos índices de rotatividade de pessoal. No Brasil, levantamento da Robert Half com base em dados do CAGED aponta que a taxa de turnover cresceu 56% em 2024 em comparação com o período pré-pandemia. Em setores como varejo e serviços, esse índice chega a ultrapassar 80%, gerando perdas milionárias em custos trabalhistas, treinamentos e queda de produtividade. Transformando Crises em Aprendizado
A visão sistêmica dos conflitos propõe uma mudança de perspectiva: em vez de identificar culpados, busca compreender padrões inconscientes, necessidades não atendidas e dinâmicas relacionais que sustentam o conflito. “Todo conflito organizacional é um convite à mudança. Quando bem conduzido, pode se transformar em motor de desenvolvimento humano e corporativo, impulsionando inovação e prosperidade”, afirma Rubiana Pilatti Trentin, Consultora Sistêmica de conflito Empresarial, certificada internacionalmente em constelação organizacional. Ferramentas como a Comunicação Não Violenta (CNV), desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, também vêm ganhando espaço no ambiente corporativo. A metodologia ensina indivíduos a expressar necessidades de forma autêntica, ouvir com empatia e transformar tensões em aprendizado contínuo e cooperação. “A prática da CNV em conflitos promove autoconhecimento, melhora a inteligência emocional e favorece entendimento e cooperação sem agressividade”, explica Jordana Shimada Trajano Lara, especialista em CNV aplicada a conflitos interpessoais e familiares. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado na Revista de Administração Contemporânea mostrou que empresas que aplicam CNV registraram uma redução média de 30% nos conflitos internos, melhoria de 25% no clima organizacional e aumento de 15% na motivação dos colaboradores. Valor Estratégico para Empresas
Ignorar conflitos internos não só gera desgaste emocional, mas também representa alto custo econômico. Estimativas internacionais de gestão de pessoas apontam que a substituição de um colaborador pode custar entre 50% e 200% do salário anual do profissional desligado. Por outro lado, companhias que investem em mediação e práticas colaborativas relatam ganhos concretos. “Conflitos bem mediados oferecem aprendizado para indivíduos e organizações, promovendo crescimento e consciência coletiva”, afirma Alexandre Shimada de Campos, mediador certificado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Além de reduzir custos e tempo em disputas, a mediação sistêmica fortalece equipes, estimula criatividade e gera resultados positivos no clima organizacional. Métodos Adequados de Solução de Conflitos (MASCs)
Reconhecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os Métodos Adequados de Solução de Conflitos (MASCs) incluem mediação, conciliação, justiça restaurativa e CNV. Essas abordagens têm sido adotadas por empresas que buscam alternativas mais eficientes do que a judicialização tradicional. O Centro Sistêmico de Soluções de Conflito, por exemplo, aplica metodologias de forma integrada, com foco na resolução que atenda às necessidades de todas as partes envolvidas, promovendo transformação pessoal, organizacional e social. De acordo com especialistas, conflitos bem conduzidos funcionam como espelhos de autoconhecimento, revelando padrões inconscientes e abrindo espaço para mudanças comportamentais e estruturais duradouras. Dicas dos especialistas
Apesar dos resultados positivos, especialistas alertam para algumas necessidades. A implementação de práticas como CNV ou mediação pode ser ineficaz sem o comprometimento da liderança e sem a definição de indicadores claros para medir resultados. “Não basta treinar colaboradores em comunicação empática se a alta liderança não estiver engajada. O processo precisa ser vivido de cima para baixo, caso contrário, corre o risco de se tornar apenas mais um programa de RH sem impacto real”, observa Rubiana Pilatti Trentin. Outro desafio é a assimetria de poder dentro das organizações. “Quando há uma relação hierárquica muito rígida, funcionários podem sentir medo de expor conflitos, o que enfraquece a possibilidade de solução. A mediação só funciona plenamente em ambientes em que as pessoas se sintam seguras para falar”, afirma Alexandre Shimada de Campos. A especialista em CNV, Jordana Shimada Trajano Lara, destaca ainda a necessidade de tempo e consistência na aplicação das práticas: “A CNV não é uma técnica que se aplica em um workshop de um dia. É um processo contínuo de mudança de cultura, que exige prática, paciência e acompanhamento para gerar resultados concretos”. Em um cenário de alta rotatividade e perda de produtividade, empresas que aprendem a lidar com conflitos de forma estratégica podem encontrar neles uma das chaves para o futuro da gestão de pessoas e, consequentemente, o sucesso da organização, finalizam. Saiba mais:
O Centro Sistêmico de Soluções de Conflito atua com MASCs, sendo eles, mediação, conciliação, negociação, arbitragem, justiça restaurativa e círculo de construção de paz, tendo como base estrutural a visão e as práticas sistêmicas da Comunicação Não Violenta. Contribuíram para a matéria: - Rubiana Pilatti Trentin: Aplicação da abordagem sistêmica e constelação para soluções corporativas e empresariais
- Alexandre Shimada de Campos: Mediação e conciliação em conflitos interpessoais, comunitários, familiares e empresariais
- Jordana Shimada Trajano Lara: Comunicação Não Violenta (CNV) aplicada a conflitos interpessoais e familiares
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ROBERTA FABIANI DA TRINDADE
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