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Estudo revela que brasileiros comprometem em média 25,8% da renda com aluguel

Famílias de baixa renda chegam a destinar quase metade do orçamento mensal para o pagamento da moradia. Daniel Claudino, especialista em mercado imobiliário destaca os principais aspectos da pesquisa

PREZZ COMUNICAçãO
05/09/2025 17h45 - Atualizado há 20 horas
Estudo revela que brasileiros comprometem em média 25,8% da renda com aluguel
Divulgação

Um levantamento feito pelo Quinto Andar, em parceria com o Cedeplar/UFMG, divulgado nesta quarta-feira (3), mostra que os brasileiros comprometem em média 25,83% do orçamento familiar com o pagamento de aluguel. O percentual, no entanto, é significativamente maior entre famílias de baixa renda — chegando a quase 50% entre aquelas que vivem com até R$1.908 por mês.

O estudo aponta ainda que, embora o valor absoluto destinado ao aluguel cresça nas faixas de renda mais altas, o impacto percentual no orçamento é reduzido, refletindo maior capacidade financeira dessas famílias. Para o especialista em mercado imobiliário Daniel Claudino, o levantamento é bem-vindo, mas precisa ser interpretado com cautela. “O ‘até 65%’ não descreve o brasileiro típico; é um extremo da baixa renda no Rio. Na prática, famílias costumam destinar algo entre 30% e 40% da renda às despesas totais de moradia (aluguel/prestação + condomínio + contas), e a própria pesquisa fala em média mais baixa entre quem efetivamente aluga”, afirma.

Ele também chama atenção para os dados das rendas mais altas: “Para renda acima de R$23.850, o gasto médio é de R$3.748,39 com aluguel. Isso merece cuidado. Pessoas nesse estrato muitas vezes são proprietárias; quando alugam, tendem a buscar imóveis de padrão superior. Se a média reportada é baixa, duas hipóteses precisam ser explicitadas: (1) o ticket considera só locatários ou todos os domicílios da faixa?; (2) o recorte mistura capitais com realidades muito distintas e ticket médio bastante heterogêneo”.

Por fim, Claudino reforça que os dados são úteis tanto para políticas públicas quanto para o setor privado, desde que haja clareza metodológica. “Esse estudo sinaliza pressão real na base da pirâmide e é útil para políticas de Estado, como o aluguel consignado ou MCMV. A pesquisa também é importante para empresas que atuam no setor — especialmente por parte de empresas de locação e serviços ao investidor em imóveis para locação. Contudo, é indispensável transparência metodológica (denominador, amostra por praça, ‘deflatores’) e comunicação clara entre médias e extremos. Sem isso, corremos o risco de transformar um pico regional em regra de mercado — e precificar, conceder crédito ou desenhar produtos sobre premissas frágeis”, conclui.

 

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SUENIA MICHELLE QUEIROZ DANTAS
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FONTE: Prezz Comunicação
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