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FIEE 2025 mostra que mobilidade elétrica conecta indústria, energia e tecnologia no Brasil

Feira Internacional da Indústria Eletroeletrônica, que segue até sexta-feira, dia 12, em São Paulo, reuniu executivos para discutir produção nacional, infraestrutura e políticas públicas para veículos elétricos

LORETA FAGIONATO
11/09/2025 09h57 - Atualizado há 2 horas
FIEE 2025 mostra que mobilidade elétrica conecta indústria, energia e tecnologia no Brasil
Evento conta com uma pista de kart indoor 100% elétrico (Crédito: Divulgação)
A indústria eletroeletrônica ocupa posição central nos processos de transformação tecnológica que atravessam diferentes cadeias produtivas, da energia à mobilidade. Nesse contexto, a FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação se apresenta como espaço de negócios, exposição de soluções e também de discussão estratégica para temas que definem o futuro do setor.
 
No segundo dia da feira (10), o 1º Congresso da Indústria Eletroeletrônica, que é a novidade desta edição, teve como foco a eletromobilidade. A programação, com curadoria de Daniela Garcia, country manager da Latam Mobility no Brasil, reuniu representantes de associações, empresas e consultorias para discutir o avanço da eletrificação de veículos e sua conexão com a indústria, a energia e a conectividade.
 
“O congresso trouxe uma agenda de alto nível sobre mobilidade elétrica, mas a feira também oferece contato direto com as tecnologias e inovações que estão transformando a indústria”, afirmou Rodrigo Bueno, gerente de produto da FIEE.
 
O painel de abertura do Congresso contou com a participação do presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos, que apresentou dados sobre a expansão da cadeia de valor dos veículos eletrificados no país, com destaque para infraestrutura de recarga, certificação de componentes e produção local. O executivo destacou que a chegada de novas montadoras e o anúncio de projetos de produção nacional reforçam o movimento de integração do Brasil à cadeia global de eletrificação.
 
No transporte público, a entidade destacou a presença crescente de ônibus elétricos em cidades como São Paulo, Salvador, Goiânia, Campinas e Ribeirão Preto. Segundo a ABVE, a frota eletrificada nacional deve ultrapassar 215 mil unidades em 2025, representando crescimento acima de 20% em relação ao ano anterior.
 
“O transporte público eletrificado é um vetor fundamental para levar os benefícios da eletromobilidade a toda a população. Os ônibus urbanos, em especial, têm potencial para transformar a experiência das cidades e dar escala ao setor”, disse Bastos.
 
Panorama no mundo
Na sequência, a sócia-líder de Mercados Industriais da KPMG Brasil e Cluster América do Sul, Flavia Spadafora, abordou os impactos da política tributária e do ambiente macroeconômico sobre a eletromobilidade no mundo. A discussão incluiu a regulamentação do IPI Verde, que estabelece reduções graduais de alíquotas com base em critérios como potência, segurança e reciclabilidade dos veículos, influenciando a composição dos portfólios das montadoras.
 
Também foram apontados fatores que afetam diretamente o setor, como o custo elevado do crédito, que restringe a aquisição de veículos, a necessidade de equilíbrio entre produção local e importações e a instabilidade provocada pela guerra tarifária internacional.
 
Indústria, energia e conectividade
O painel “Indústria, Energia e Conectividade no Centro da Mobilidade Elétrica” mostrou que a mobilidade elétrica só avança de forma sustentável quando articulada com a infraestrutura energética e as soluções de conectividade. O debate reuniu executivos de diferentes setores para discutir modelos de cooperação capazes de reduzir custos, ampliar a interoperabilidade e dar previsibilidade ao crescimento do mercado.
 
Painel final 
O encerramento do Congresso reuniu quatro painéis simultâneos sobre soluções específicas de veículos elétricos: caminhões e vans, veículos levíssimos, ônibus e veículos leves. Os palestrantes destacaram que o desenvolvimento de produtos projetados desde a origem para a eletrificação, junto à infraestrutura de recarga, padronização de componentes e políticas públicas, é essencial para dar escala ao mercado.
 
O painel também evidenciou que a viabilidade da eletromobilidade exige coordenação entre indústria, governo e fornecedores de energia e conectividade, consolidando a transição tecnológica como estratégia para o desenvolvimento sustentável do setor no país.

 

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