Envelhecimento da sociedade brasileira: um alerta para gestores e empresas
LU ALMEIDA
04/09/2025 16h55 - Atualizado há 2 horas
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O Brasil vive uma transformação demográfica sem precedentes. Segundo dados do IBGE, em 2030 o número de idosos no país já deve superar o de crianças e adolescentes de até 14 anos, configurando um marco histórico. Essa inversão na pirâmide etária traz implicações diretas para políticas públicas, mas também representa um desafio crescente para empresas de todos os setores.
A longevidade da população, resultado de avanços na medicina, melhoria das condições de vida e maior acesso à informação, exige adaptações urgentes na forma como organizações se estruturam. Áreas como saúde corporativa, previdência, consumo e gestão de talentos passam a demandar um olhar mais atento para as necessidades de uma sociedade envelhecida.
No mercado de trabalho, o envelhecimento abre espaço para discussões sobre inclusão e aproveitamento da experiência de profissionais mais velhos. Ao mesmo tempo, desafia modelos tradicionais de aposentadoria e pressiona sistemas previdenciários já fragilizados.
“Estamos diante de uma mudança estrutural que exige revisão de estratégias empresariais, do desenho de produtos ao relacionamento com clientes e colaboradores”, avalia a especialista em marketing da longevidade, Daniela Vergara, CEO da DV Marketing.
Segundo ela, as empresas precisam abandonar a visão de que envelhecer é sinônimo de perda de relevância. “Um consumidor de 60 ou 70 anos continua sendo ativo, conectado e exigente. O papel do gestor é criar soluções que conversem com essa maturidade sem cair no estigma do ‘velho frágil’. Trata-se de uma geração que não aceita mais ser invisível”, completa.
Além disso, o comportamento de consumo tende a se modificar. Pessoas com mais de 60 anos estão cada vez mais conectadas, buscando produtos e serviços que combinam conveniência, segurança e qualidade de vida. Esse público, já chamado de “economia prateada”, movimenta trilhões de reais no mundo e cresce de forma acelerada no Brasil.
Para Daniela Vergara, o desafio também está dentro das empresas. “Precisamos olhar para os profissionais mais velhos não como exceção, mas como parte essencial das equipes. Eles trazem experiência, visão de longo prazo e capacidade de análise que não podem ser desprezadas. Um time intergeracional enriquece decisões e amplia a criatividade das organizações”, defende.
Nesse cenário, o papel do gestor é duplo: preparar sua marca para se comunicar de forma autêntica com clientes mais velhos e, ao mesmo tempo, criar estruturas internas que valorizem o talento de colaboradores maduros. Isso significa investir em treinamentos contínuos, políticas inclusivas e ambientes de trabalho que reconheçam diferentes ritmos de vida.
“Quem entender primeiro essa mudança vai ganhar vantagem competitiva. O envelhecimento da sociedade não é um problema a ser resolvido, mas uma oportunidade de reposicionar marcas, inovar em produtos e, sobretudo, humanizar a gestão”, conclui Daniela Vergara.
Gestores e líderes corporativos que ignorarem essa transição correm o risco de perder relevância em um mercado em transformação. O envelhecimento da sociedade não é apenas uma pauta de políticas públicas: tornou-se um tema estratégico para empresas que desejam se manter competitivas em um futuro que já começou.
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DOUGLAS RAMOS ALVES COSTA
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