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Turismo religioso impulsiona economias locais e projeta Brasil no cenário mundial

Com 330 milhões de viagens anuais, o turismo religioso conecta continentes, gera emprego e reposiciona cidades brasileiras no mapa global da devoção

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
08/10/2025 12h33 - Atualizado há 7 horas
Turismo religioso impulsiona economias locais e projeta Brasil no cenário mundial
Divulgação

Quando o silêncio da basílica se mistura ao murmúrio dos passos dos peregrinos, nasce uma economia invisível, pulsante, que transforma cidades e vidas. Em Aparecida e Cachoeira Paulista, o turismo religioso já não é mais apenas um fenômeno espiritual, é eixo de geração de empregos, fortalecimento de negócios locais e motivo de integração entre tradição e futuro. No Brasil, essa força volta-se para o país com potência: o Círio de Nazaré acaba de receber investimento federal inédito, mostrando que fé e Estado caminham, quando bem alinhados, em prol do desenvolvimento. No mundo, santuários como Fátima, Santiago de Compostela, Vaticano, Meca e Guadalupe mantêm-se entre os lugares mais procurados por quem busca sentido, história e transcendência.

Para muitos, doar tempo e pés à estrada é expressão de devoção. Mas, nas contas dos municípios que recebem peregrinos, é também um movimento econômico real. Estima-se que o turismo religioso gere entre 300 e 330 milhões de viagens internacionais por ano, segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo) e que, em 2023, tenha movimentado US$ 254 bilhões. A projeção é que esse montante alcance US$ 671,93 bilhões até 2030. Essa dualidade, espiritual e material, amplia o peso do segmento no cenário global.

No Brasil, onde mais de 80% da população se declara cristã e 37% participam de vivências ligadas à fé, o impacto local ganha dimensão concreta. Em 2024, Aparecida acolheu 9.057.885 devotos, crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, enquanto Cachoeira Paulista ultrapassou a marca de 2 milhões de visitantes em eventos como o PHN. Cada peregrino é também cliente de hospedagem, alimentação, transporte e comércio.

Aparecida, Jubileu e renovação

A devoção eterna encontra agora um novo capítulo em Aparecida: com o decreto que torna a Basílica Igreja Jubilar entre 2024 e 2025, o ato de peregrinar ganha renovado significado. Ao cumprir os ritos de confissão, comunhão e orações pelas intenções do Papa, o fiel pode receber indulgência plenária, um gesto que transforma a visita em experiência de cura, memória e pertencimento.

Por trás desse símbolo, há efeitos concretos: o Jubileu estimula fluxos ao longo de todo o ano,não apenas nos grandes eventos, prolonga estadias e movimenta o comércio local de forma mais regular. A renovação espiritual torna-se combustível para a economia da fé.

Círio de Nazaré: fé que chega ao Pará

No Norte, Belém se prepara para o ponto alto da devoção brasileira: o Círio de Nazaré, em 12 de outubro. Em 2024, a festa recebeu 89 mil turistas e injetou R$ 189 milhões na economia local. Para 2025, o Ministério do Turismo anunciou R$ 2 milhões em investimento para infraestrutura e divulgação. A coincidência da data com o feriado de Nossa Senhora Aparecida reforça o potencial logístico e turístico da romaria nacional.

“Quando bem planejado, o turismo religioso se transforma em oportunidade não apenas para a fé, mas para o desenvolvimento das cidades”, afirma Santuza Macedo, especialista em experiências de viagem e turismo de fé.

A fé que cruza fronteiras

Do Vale do Paraíba ao Continente Europeu. De Aparecida ao Vaticano. O turismo religioso conecta não apenas pessoas, mas culturas, narrativas e economias. Em Portugal, Fátima registrou 6,2 milhões de visitantes em 2024; na Espanha, meio milhão de peregrinos concluíram o Caminho de Santiago; no Vaticano, os museus receberam 6,8 milhões de visitantes no mesmo ano. Meca acolheu 1,6 milhão de fiéis em 2025, e a Basílica de Guadalupe, no México, cerca de 12 milhões apenas em dezembro.

“Esses fluxos mostram que a devoção também dialoga com a globalização: ela atravessa continentes, supera fronteiras e reafirma o papel das cidades em acolher e transformar a devoção em desenvolvimento”, reforça Santuza.

Quando o turismo encontra a vida

Em destinos como Aparecida ou Juazeiro do Norte, o turismo de fé não é plano B é plano-mestre. Ele ajuda a manter hotéis, movimenta restaurantes, sustenta taxistas, fortalece comércio local e reforça identidade. A cada romaria, centenas de milhares de devotos trazem consigo não só devoção, mas demanda por serviços, cultura e hospitalidade.

Para cidades que já vivem intensamente essa rotina, o desafio agora é ir além: conectar o segmento religioso ao turístico cultural e ao gastronômico, para que o peregrino deixe de ser apenas visitante e se torne viajante completo — consumidor de experiências, histórias e projetos locais.

Sobre Santuza Macedo:
Santuza Macedo é empreendedora e especialista em turismo e cruzeiros. CEO da Diamond Viagens, possui vasta experiência internacional e atuou em Orlando (EUA), com foco em experiências personalizadas para turistas brasileiros. Hoje, promove roteiros e excursões no Brasil, com destaque para o Sul Fluminense, além de oferecer consultoria para quem deseja ir para Orlando.

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
PAULO NOVAIS PACHECO
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