O setor imobiliário brasileiro passa por um processo de reconfiguração, marcado pelo enfraquecimento de empreendimentos genéricos e pela valorização dos compactos com conceito definido, localizados em regiões estratégicas e com diferenciais de projeto. Esse movimento reflete ajustes nas estratégias de incorporadoras e investidores.
Durante anos, lançamentos padronizados dominaram a produção, sustentados por repetição de plantas e valores de entrada mais acessíveis. Com o tempo, esse modelo perdeu atratividade e apresentou retorno limitado. Hoje, a procura se concentra em imóveis que combinam funcionalidade, eficiência de uso e inserção urbana.
Mesmo em metragens menores, os compactos de alto padrão passaram a reunir soluções de design, serviços compartilhados e acabamentos técnicos. Esses fatores ampliam o interesse tanto de moradores que buscam praticidade quanto de investidores atentos ao potencial de valorização em áreas consolidadas.
Segundo relatório da ABRAINC, os lançamentos de médio e alto padrão cresceram 40% no primeiro quadrimestre de 2025 na cidade de São Paulo. No mesmo período, os compactos tiveram queda de 9% no volume de vendas, mas registraram aumento de 14% no valor geral de vendas (VGV), evidenciando valorização por unidade.
“A ideia de que o segmento de compactos se encontra saturado não corresponde à realidade. O que se esgotou foi o modelo replicado em série, sem critérios e distante do cotidiano urbano”, afirmou Jorge Cury, CEO da UMÃ Incorporadora. “Projetos compactos seguem consistentes, desde que concebidos com identidade, planejamento e adequação às demandas do usuário final”, completou.
A UMÃ tem priorizado empreendimentos com forte ancoragem territorial, suporte de dados e diferenciais funcionais. Essa abordagem conecta produto, operação e governança, pilares que sustentam a rentabilidade de longo prazo e garantem resultados consistentes a clientes e investidores.
A expectativa do setor é que a produção em massa perca espaço para projetos com proposta clara, integrados às transformações culturais e econômicas das cidades. Compactos bem localizados e com arquitetura planejada se consolidam como ativos estratégicos, alinhados às demandas de um mercado cada vez mais seletivo.
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AMELIA WHITAKER CHAVES
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