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Contagem regressiva: empresas enfrentam barreiras para a implementação da Reforma Tributária

Adaptação de sistemas e falta de mão de obra qualificada são apontadas como os maiores entraves pelas companhias

FABIANA DOURADO
03/09/2025 14h36 - Atualizado há 1 dia
Contagem regressiva: empresas enfrentam barreiras para a implementação da Reforma Tributária
Trevisan Escola de Negócios
A fase de testes da Reforma Tributária começa em janeiro de 2026, mas muitas empresas ainda não possuem um planejamento estruturado para adequação às novas regras. Um levantamento da Trevisan Escola de Negócios, feito com os alunos do Programa Avançado de Implementação da Reforma Tributária, entre os meses de junho e julho deste ano, revela um cenário preocupante: embora 84% das empresas tenham iniciado o processo de adaptação, a maioria ainda está em estágio inicial.

Para Elizabeth Martos, advogada tributarista e coordenadora do MBA em Gestão Tributária e do curso Implementação da Reforma Tributária na Trevisan, ainda existe descrença quanto às mudanças e ao cronograma definido. “Há quem acredite que o prazo poderá ser prorrogado, diante de uma possível ineficiência da administração tributária para consolidar a base das arrecadações”, afirma.

De acordo com o levantamento, apenas 11% dos respondentes disseram que a empresa em que trabalham está em estágio avançado de adequação às novas regras. Número muito baixo, mas que, segundo a especialista, representa a realidade.
 

 
As empresas de médio e pequeno porte, privadas e do setor público, na opinião da professora, são as que mais estão atrasadas em relação ao tema. Diante disso, ela faz um alerta: “Ainda dá tempo para se organizar e redesenhar as atividades para uma melhor eficiência tributária, porque quem ainda não começou a planejar poderá enfrentar riscos operacionais e custos adicionais”, ressalta.

Para o professor Fabio de Oliveira, coordenador do Programa Avançado da Reforma Tributária no SAP, também da Trevisan, as empresas que iniciaram o projeto de adequação no início de 2025 deveriam estar finalizando as alterações sistêmicas e iniciando a fase de teste agora, que deve seguir até setembro, meados de outubro.

“A partir de outubro, a recomendação é que seja criado um ambiente de homologação, no qual os usuários possam treinar e se adaptar às mudanças operacionais e fiscais”, orienta. A virada oficial dos sistemas deve ocorrer em dezembro, para que a empresa opere no novo modelo a partir do primeiro dia de 2026.

Desafios impedem implementação adequada

Apesar de 95% dos respondentes se considerarem aptos a contribuir com a implementação da Reforma Tributária na sua organização e 84% acreditarem que as novas regras tornam o Sistema Tributário mais simplificado, os obstáculos ainda são significativos.

Para aproximadamente 32% dos respondentes, o principal desafio enfrentado é a dificuldade em adaptar sistemas internos, enquanto quase 27% acreditam que seja a resistência interna às mudanças. Falta de informação clara e carência de mão-de-obra qualificada também foram apontadas pelos alunos como obstáculos enfrentados até agora, na fase de implementação. 
 

 
O levantamento da Trevisan também tentou entender entre os alunos quais setores das empresas estão sendo mais demandados: fiscal, contábil e financeiro ocupam as primeiras colocações. As áreas jurídica, de controladoria e tecnologia também são mencionadas entre os participantes.

Para o professor Oliveira, a implementação da reforma tributária deve ser um projeto multidisciplinar que envolva todas as áreas impactadas. Também exige a criação de um plano estruturado, com recursos dedicados até a conclusão de todas as fases. “É fundamental que as empresas façam um uso adequado dos seus recursos - humanos, tecnológicos e financeiros - ao longo de todo o ciclo”, destaca.

Perguntados sobre que tipo de investimento a empresa deverá fazer durante essa fase, grande parte (58%) acredita que deve estar voltado para a adaptação dos sistemas e processos existentes. Em seguida, aparecem a qualificação de pessoas (31,5%) e aquisição de tecnologia (10,5%).

Em relação à força de trabalho, 53% dos profissionais disseram que a equipe atual deve ser mantida; 21% preveem contratações e outros 21%, redução.
 
Outros destaques do levantamento:
  • 68% acreditam que o governo não está oferecendo suporte suficiente para que as empresas se adequem à reforma;
  • 64% consideram positivo o impacto da reforma no segmento/mercado de atuação;
  • cursos e imprensa têm sido a principal fonte de informação sobre a reforma para 79% dos respondentes;
  • 69% dos respondentes estão em cargos de liderança e 95% são do setor privado;
  • formação dos participantes: maioria é da área Contábil (55%), seguida por Direito (20%), Administração (15%), Engenharia (5%) e Economia (5%).
O Programa Avançado de Implementação da Reforma Tributária foi desenvolvido em parceria com a Roit Consultoria e já contou com cerca de 170 participantes.
 

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FABIANA DOURADO RODRIGUES
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FONTE: Divulgação/Trevisan
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