Crise dos COEs: “Poucos investidores sabiam o que estavam fazendo”, avalia Charles Mendlowicz
Economista questiona a busca por risco em um contexto de alta taxa de juros no Brasil, que oferece retornos elevados em investimentos mais simples e seguros
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09/10/2025 17h52 - Atualizado há 12 horas
Crédito: Alexandre Olivares
A crise envolvendo os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) lastreados em títulos de Ambipar e Braskem levou a prejuízos que chegaram a 93% do valor investido para alguns investidores. O fato gerou um debate sobre o risco embutido em produtos complexos, que neste caso eram baseados em crédito. Charles Mendlowicz, o Economista Sincero, analisou o ocorrido e destacou a complexidade inerente aos produtos estruturados, alertando que “poucos investidores sabiam o que estavam fazendo”. A origem do problema, segundo o economista, foi a queda brusca no valor das empresas. “No caso da Ambipar, por exemplo, com a dívida da empresa se tornando muito grande e a confusão corporativa, os títulos foram a um valor muito baixo, foi antecipado esse COE, essas dívidas, e o investidor ficou com menos de 7% do valor", explicou Mendlowicz. Risco desnecessário em cenário de juros altos O economista questiona a busca por risco em um contexto de alta taxa de juros no Brasil, que oferece retornos elevados em investimentos mais simples e seguros: "Num cenário do Brasil com juros a 15% (Selic), você tem o Tesouro pagando IPCA+ 8. Existe a necessidade de procurar complexidade para ganhar um percentual pequeno a mais ou até uma rentabilidade menor do que ele já tem garantida no Tesouro?". Mendlowicz usou uma analogia para ilustrar a falta de sentido na decisão do investidor. "É como se eu estivesse te dando um prato de comida e você tivesse saindo para caçar com risco de morte. Não faz sentido você procurar esse risco", disse o Economista Sincero. Apelo à cautela e transparência Mendlowicz afirmou que o investidor precisa entender onde está alocando seu dinheiro, especialmente em operações complexas onde não há o respaldo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). "O sujeito, às vezes, demora 5 dias para tomar uma decisão de qual é a melhor geladeira, qual é a melhor TV, mas na hora de colocar R$ 300, R$ 400, R$ 500 mil no investimento, toma a decisão em 5 minutos porque não quer ler o aviso em letras miúdas". O economista concluiu que, para que o mercado brasileiro de investimentos cresça e seja mais seguro, precisa de transparência e cuidado. "Não invista naquilo que você não entende e não invista se você não sabe o risco final. Está em dúvida? Não faça, mesmo que seja uma oportunidade única. Tem oportunidade única todo dia". Sobre Charles Mendlowicz, o Economista Sincero Charles Mendlowicz é um dos principais nomes do mercado financeiro brasileiro, com 30 anos de experiência e um histórico de sucesso entre o mercado financeiro e o varejo. É sócio da Ticker Wealth, onde lidera a estratégia de expansão, e autor do best-seller "18 princípios para você evoluir". Sua abordagem direta e transparente o consagrou como um influenciador confiável, tendo sido eleito o melhor influenciador de investimentos pela ANBIMA por quatro vezes. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
GRAYCE MARI RODRIGUES
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