São Paulo, outubro de 2025 - Tradicionalmente, a venda de carteiras inadimplentes era concentrada em grandes bancos, porém, nos últimos cinco anos, este mercado expandiu para novos setores, como varejo, bancos digitais, cooperativas e, educação - o destaque mais recente. Até agosto de 2025, foram vendidos R$ 989,9 milhões em carteiras inadimplentes do segmento educacional — um aumento de 73% em relação ao total de 2024, que somou R$ 572,9 milhões.
Os dados são da Recovery, empresa do Grupo Itaú especializada em recuperação de crédito, que possui atualmente sob sua gestão a renegociação de dívidas de 327,8 mil brasileiros em instituições de ensino - um volume 52% acima do total que a empresa gerenciou nessa categoria em 2024.
“Esse crescimento é um reflexo da entrada de novos players do setor de educação e evidencia o interesse deste setor em explorar o mercado de NPL buscando alternativas para antecipar receita, reduzir riscos e melhorar a liquidez das instituições de ensino, que acabam precisando ofertar linhas de crédito para parcelamento das mensalidades de cursos de ensino superior”, explica Plínio Ribeiro, Head Comercial e de Aquisição de Carteiras na Recovery.
Além disso, o valor médio da dívida subiu cerca de 12%, passando de R$ 2.677,00 para R$ 3.006,00. “O ticket teve uma leve alta, muito em função do aumento da idade média dessa modalidade de carteiras. Em 2024, o aging médio era de quatro anos e, em 2025, foi de seis anos. Apesar da idade média do atraso das dívidas ser mais antiga, é um comportamento normal uma vez que as instituições começam cedendo os créditos mais antigos do seu portfólio, complementa. Ainda que poucas instituições de ensino adotaram esse mecanismo de cessão, há outros interessados desse segmento avaliando possíveis vendas, o que mostra aquecimento desse tipo de empresa”, explica Plínio.
O mercado de NPL (Non-Performing Loan), que em 2019 contava com apenas 15 cedentes, hoje reúne mais de 45 instituições. Essas empresas negociam dívidas em atraso para obter liquidez imediata, antecipando recursos que poderiam levar anos para voltar ao fluxo de caixa. Todo o processo é regulamentado pelo Banco Central e pela CVM, garantindo segurança jurídica às transações.
Sobre a Recovery
A Recovery é uma empresa do Grupo Itaú e plataforma especialista em recuperação de crédito no Brasil. Líder de mercado, a companhia possui sob sua gestão mais de R$ 144 bilhões de créditos inadimplidos e, atualmente, mais de 33 milhões de clientes com dívidas ativas em sua base. Mais informações em https://www.gruporecovery.com.
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ALLINE SOUSA MAGALHÃES
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