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Relatório aponta razões para o Brasil liderar o uso de caminhões elétricos na América Latina

Estudo aponta que o país está pronto para transformar o setor de transporte pesado com veículos elétricos e mudar o futuro econômico, social e ambiental do Brasil

JFS
29/09/2025 09h38 - Atualizado há 3 horas
Relatório aponta razões para o Brasil liderar o uso de caminhões elétricos na América Latina
Divulgação

O relatório “Dez razões para o Brasil liderar o uso de caminhões elétricos na América Latina”, elaborado pela campanha Gigantes Elétricos, que reúne organizações da sociedade civil na Europa, nos Estados Unidos e agora também no Brasil,  aponta como o gigante sul-americano está em posição estratégica para acelerar a eletrificação da frota de caminhões.

Com políticas públicas favoráveis, investimentos internacionais e iniciativas de grandes corporações, o Brasil combina oportunidades econômicas, ambientais e sociais, criando um ambiente propício para que a transição para veículos elétricos seja segura, eficiente e exemplar para a região. 

A vantagem energética do Brasil é um diferencial claro, apontado pelo relatório. Com mais de 80% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, o país tem condições de produzir caminhões de baixo carbono, reduzindo custos operacionais em até 76,5%. Além disso, possui reservas significativas de terras raras para produção de baterias, o que permite agregar valor industrial e reduzir dependência tecnológica externa, consolidando a região como referência em energia limpa e produção sustentável de veículos pesados.

O relatório também destaca a oportunidade de liderança regional. Atualmente, o Brasil domina 78% das exportações de veículos pesados na América Latina, movimentando cerca de R$12 bilhões em 2024, e pode consolidar-se como hub estratégico de caminhões elétricos, tanto para o mercado interno quanto para exportação regional. A eletrificação da frota cria um diferencial competitivo, fortalecendo a indústria nacional e colocando o país em posição de destaque em inovação tecnológica e responsabilidade ambiental.

O mercado brasileiro de caminhões elétricos está projetado para crescer 25,6% ao ano entre 2025 e 2031, impulsionado pela demanda crescente por transporte sustentável, incentivos governamentais e investimentos privados. Essa expansão cria oportunidades bilionárias para fabricantes, investidores e cidades que buscam reduzir custos e poluição, enquanto se posicionam competitivamente na região. Grandes empresas, como Scania, BYD e Volkswagen, já anunciaram investimentos significativos em fábricas e produção local, sinalizando que o setor está pronto para crescer em escala.

Negócios e Emprego

O relatório enfatiza também a importância de investimentos em infraestrutura. Para que a eletrificação seja viável em larga escala, o Brasil precisará atingir cerca de 15 mil pontos de recarga nos próximos anos, criando oportunidades de retorno de longo prazo para investidores e fabricantes, além de estimular inovação em logística e serviços digitais. Experiências internacionais mostram que países que antecipam o desenvolvimento de infraestrutura de recarga conseguem acelerar a adoção de veículos elétricos e consolidar posições de liderança no setor.

Pesquisas do International Council on Clean Transportation (ICCT) indicam que a transição para caminhões elétricos pode mais que dobrar o número de empregos no setor automotivo até 2050. Hoje, a indústria emprega mais de 100 mil trabalhadores na montagem de veículos e cerca de 300 mil na produção de autopeças. Mantido esse ritmo, o total de empregos no setor pode ultrapassar 800 mil, abrangendo desde a produção de veículos e baterias até cadeias de suprimentos e serviços logísticos.

Segundo Thiago Rodrigues, do ICCT, essa expansão cria um ambiente favorável para requalificação profissional, atração de talentos e fortalecimento das cadeias produtivas locais. “Além dos benefícios ambientais, a eletrificação da frota de caminhões pesados representaria uma oportunidade para modernizar a indústria nacional de veículos e baterias, promovendo a incorporação de novas tecnologias, alinhamento com as tendências globais de descarbonização e geração de emprego e renda.”

Saúde

O relatório destaca que a transição não se limita ao campo econômico e industrial. Caminhões elétricos podem reduzir em até 46% as emissões de gases de efeito estufa até 2050 e diminuir drasticamente a poluição do ar associada a doenças respiratórias. Ao reduzir a exposição a emissões tóxicas do diesel — fator de risco para asma, doenças cardíacas, AVCs e até certos tipos de câncer —, a mudança pode trazer ganhos expressivos para a saúde pública. As economias nessa área podem chegar a R$25 bilhões, graças à queda de internações e tratamentos relacionados à poluição atmosférica. Para muitas comunidades, especialmente urbanas e vulneráveis, a eletrificação representa ar mais limpo e também justiça social.

No caminho da eletrificação

O relatório reforça que o momento de investir e atuar no setor é agora. A combinação de crescimento do mercado, benefícios econômicos, impactos positivos para a saúde pública, criação de empregos e vantagens energéticas posiciona o Brasil como referência internacional em transporte sustentável. A adoção de caminhões elétricos representa não apenas um avanço tecnológico, mas também uma oportunidade de construir cidades mais saudáveis, uma indústria mais competitiva e um futuro de transportes eficiente e sustentável.

O documento de tendências está disponível para download no site oficial da campanha: giganteseletricos.com.

Sobre a Gigantes Elétricos

Gigantes Elétricos faz parte de uma campanha internacional que reúne organizações da sociedade civil na Europa, nos Estados Unidos e agora também no Brasil. A missão do movimento é pressionar grandes fabricantes a assumirem compromissos concretos com uma transição justa, colocando trabalhadores, comunidades e cidadãos no centro da transformação rumo a caminhões 100% elétricos.


Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JOVENILIO FRANCISCO SOARES
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