O perigo eminente e diário das "fake news", tanto pela imprensa, como pelo público em geral
Uma fake news pode ser mais letal que uma arma
MAURíCIO COUTINHO
27/09/2025 16h42 - Atualizado há 4 horas
Mauricio Coutinho
O livro "Escola Base", obra produzida pelo meu filho, Emílio Coutinho, com prefácio de Heródoto Barbeiro, nos relata com muita precisão de detalhes o enredo destruidor de uma "fake news". A história da Escola Base é um marco doloroso que precisa ser lembrado sempre que falamos em fake news – não apenas as que circulam hoje pelas redes sociais, mas também aquelas que nasceram e ganharam força justamente pela imprensa tradicional.
Em 1994, a partir da denúncia precipitada de duas mães, a imprensa brasileira transformou boatos em manchetes, julgou inocentes como culpados e arruinou vidas. A Escola Infantil Base, em São Paulo, foi destruída pela fúria popular alimentada por notícias irresponsáveis. Seus donos, professores dedicados, foram expostos, humilhados, espancados moral e fisicamente, perderam seu patrimônio e sua dignidade – tudo sem que houvesse uma única prova. Meses depois, a Justiça arquivou o caso, mas o dano já era irreversível.
O jornalista Emílio Coutinho, em seu livro “Escola Base – o maior crime da imprensa brasileira”, resgata com precisão e sensibilidade essa tragédia jornalística, expondo as falhas de repórteres, editores e veículos que abandonaram a ética e cederam ao sensacionalismo. Mais que um relato histórico, a obra é um alerta vigoroso: quando a verdade é sacrificada em nome da pressa, da audiência ou do clamor popular, o resultado é devastador. O caso da Escola Base é a lembrança amarga de que fake news não é invenção da era digital. Quando jornalistas não checam fatos, quando a imprensa não cumpre seu papel de ouvir todos os lados, e quando o público consome e compartilha versões sem questionar, a consequência é a destruição de vidas e reputações.
Que esse episódio continue ecoando como um grito de alerta: uma fake news pode ser mais letal que uma arma, porque atinge não apenas o corpo, mas a história, a honra e o futuro de quem é atingido. O livro de Emílio Coutinho é uma leitura indispensável para jornalistas, estudantes, leitores e para toda a sociedade que deseja compreender – e jamais repetir – um dos mais sombrios capítulos da comunicação no Brasil.
por Maurício Coutinho - @jornalistacoutinho
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MAURICIO VALLIM COUTINHO
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FONTE: www.coutinhoeventos.com.br