“Comece pequeno, mas começe agora", foi com essa frase que o Diretor Técnico e Comercial da RMA Tech, Ernani Paludo, incentivou os participantes do seu minicurso sobre a nova era na indústria global de tintas, que ocorreu nesta quarta-feira (24), abrindo o segundo dia do ABRAFATI SHOW 2025. Intitulado “Tintas 4.0: como IA, IoT e Smart Automation estão redefinindo o setor”, o painel apontou que o foco do mercado deve estar na automação inteligente, integração de processos e na excelência operacional.
Enquanto setores como o automotivo já operam com linhas de montagem 100% robotizadas, controladas por inteligência artificial e com mínima intervenção humana, a indústria de tintas ainda enfrenta barreiras históricas. Em 1900 a.C., enquanto já existiam linhas de montagem em outros segmentos, a fabricação de tintas ainda dependia de tachos manuais. Em 2024, tivemos avanços importantes com máquinas de dosagem e processos semi-automatizados, mas a maioria ainda não é totalmente conectada e depende fortemente de intervenção humana.
O resultado: fluxos de produção fragmentados, custos elevados e variabilidade de qualidade. A missão então é transformar esse cenário, levando a indústria de tintas a operar de forma contínua, interconectada e inteligente, como já acontece em outros setores. “Enfrentamos quatro grandes desafios: a concorrência cada vez mais acirrada, que pressiona as margens; os produtos de alto giro, que se tornam commodities e exigem baixo custo aliado a qualidade consistente; a crescente demanda por soluções sob medida, que pedem flexibilidade e customização; e a complexidade operacional, marcada por processos ainda fragmentados e pouco integrados", citou Ernani.
A resposta está em implantar o ciclo 4.0: medir, transformar em dados, agir e conferir os resultados com maior assertividade e fluidez. “O objetivo é que cada etapa esteja 100% dentro da especificação desde a origem, reduzindo falhas, garantindo qualidade na fonte e aumentando a produtividade de ponta a ponta”, afirma o Diretor, que segue concluindo sua fala apontando a variabilidade do processo como o maior inimigo da indústria de tintas atualmente. A solução, de acordo com o especialista, está na modularização e padronização de fórmulas, integrando processos para garantir a melhor performance sistêmica.
Inovação na Prática
Comprovando que a otimização do setor é uma prática real e pode seguir avançando, a empresa Santint, uma das maiores fabricantes de equipamentos tintométricos no país, apresenta no ABRAFATI SHOW diversas soluções para automação de todo o processo de fabricação. O destaque fica por conta do sistema da Dosadora Industrial AIO-16, contendo fechadores de tampas e paletização automáticos, que reduzem em torno de 70% a quantidade de operadores nas fábricas.
“Uma máquina hoje, quando o envase é manual, temos em torno de 4 a 5 operadoras. Com esse equipamento você reduz para apenas um, aumentando a produtividade da fábrica e diminuindo o custo do produto final. O sistema também pode fazer toda a parte de dosagem de aditivo líquido com precisão, o que manualmente seria impossível, reduzindo mais uma vez o valor de suporte do laboratório”, afirmou Eduardo França, responsável comercial da empresa. “Além disso, ela coloca e fecha a tampa, e faz o processo final de paletização automaticamente. O ganho médio é de 12 embalagens por litro, um incremento de quase 50% de aproveitamento do processo".
Essa praticidade também é representada nas envasadoras semi-automáticas da PRODISMAQ. Segundo o Diretor Industrial da marca, Franz Ronza Filho, a nova máquina é capaz de manejar 120 a 180 litros por hora, reduzindo os custos, otimizando o espaço e fazendo a paletização somente com um operador. “Além disso, é um cuidado direto com a ergonomia para os trabalhadores da linha, visto que, uma lata de tinta pesa em torno de 20kg”.
Da teoria à prática
Apesar de já existirem empresas explorando algumas digitalizações e automações, é importante ressaltar que a jornada rumo à Indústria 4.0 acontecerá de forma estratégica e gradual, é o que reforça o diretor técnico e palestrante Ernani Paludo. A recomendação é iniciar com linhas-piloto, que funcionam como laboratórios de aprendizagem e demonstração, gerando resultados rápidos e credibilidade para a expansão.
Nessa etapa, desenvolvem-se sensores online, que englobam operações em tempo real; além de processos redesenhados, conectados e contínuos de softwares de gestão integrados, que reduzem a variabilidade e elevam a produtividade. “Não existe processo sem produto, e não existe produto de qualidade sem processo confiável. A indústria de tintas precisa caminhar com esses dois eixos de forma integrada”, reforça.
O grande segredo da Indústria 4.0 está em construir células integradas de alta produtividade. Para a participante do minicurso Tássia Gaspar, tudo isso melhora a competitividade das empresas. "Assim, conseguimos estar brigando dentro do mercado global. As Inteligências Artificiais, por exemplo, são um tema que vem crescendo e ganhando muito espaço, então é importante como podemos seguir avançando".
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KAREN VILLERVA GONÇALVES
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