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CMI/Secovi-MG promove debate sobre recarga de veículos elétricos em condomínios durante Congresso Nacional da Transição Energética

JOãO MARCELO DE ALBUQUERQUE
26/09/2025 11h59 - Atualizado há 3 horas
CMI/Secovi-MG promove debate sobre recarga de veículos elétricos em condomínios durante Congresso Nacional da
Divulgação
Nos dias 23 e 24 de setembro, Belo Horizonte recebeu o 2º Congresso Nacional da Transição Energética (Conatre), realizado no Crea-MG. Elaborado para abordar temas fundamentais da revolução energética, o evento deu luz à questão dos veículos elétricos e o urgente debate sobre a chegada dos equipamentos aos condomínios residenciais. Com esse objetivo, o congresso contou com a participação da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais), que acrescentou o olhar do mercado imobiliário sobre as soluções necessárias para a nova realidade da mobilidade elétrica.

No primeiro dia de congresso, a diretora da área das Administradoras de Condomínio da entidade, Marcela Nery, moderou o painel "Segurança em condomínios com veículos elétricos – etapas da regulamentação, riscos envolvidos e o combate a incêndio". Segundo ela, o debate se trata de "um futuro que já chegou". Ela explica que "muitos condôminos já possuem carros elétricos e desejam a comodidade de recarregá-los em casa, mas síndicos e gestores ainda enfrentam dúvidas legais, técnicas e de segurança", afirma.

Nessa linha, o painel destacou os principais entraves enfrentados por síndicos, administradoras e moradores, entre eles a falta de regulamentação específica em Minas Gerais, a definição sobre quem arca com os custos da instalação de carregadores e a adequação da infraestrutura elétrica dos prédios, especialmente os mais antigos.

Participaram da discussão o major Gustavo Falcão, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que abordou os riscos de incêndio e a responsabilidade civil dos síndicos; Guilherme Favato, sócio diretor da Carregar, que apresentou a visão técnica sobre normas e boas práticas de instalação; e Fabyola Resende, engenheira eletricista do Crea-DF, que apresentou experiências práticas de Brasília, cidade onde o crescimento dos veículos elétricos já se intensifica com incentivos fiscais.

Um dos pontos de destaque foi a recente diretriz publicada pelo Conselho Nacional de Comandantes-Gerais dos Corpos de Bombeiros Militares (CNCGBM), em agosto de 2025, que estabelece parâmetros nacionais para regulamentação da infraestrutura de recarga de veículos elétricos em edificações. A norma entra em vigor em 180 dias e, como apontado pelo major Gustavo Falcão, deve servir de base para que cada estado desenvolva suas próprias regras, incluindo Minas Gerais, o que deve acontecer a partir de 2026.

O evento também teve debate sobre os riscos relacionados à micromobilidade, referente aos veículos individuais, leves e – muitas vezes –  elétricos. Foram citados no painel os carregamentos de bicicletas e patinetes elétricos, que frequentemente ocorrem de forma improvisada em tomadas comuns. “Carregar esses veículos dentro de apartamentos, por exemplo, pode gerar superaquecimento e provocar incêndios graves. É um tipo de risco silencioso, porque acontece em áreas privadas, onde a fiscalização e a atuação do Corpo de Bombeiros não conseguem chegar, o que amplia ainda mais a vulnerabilidade dos moradores”, destacou o major.

Na parte técnica, Guilherme Favato destacou que normas, como a NBR 5410 e a NBR 17019, já estabelecem parâmetros mínimos para instalações. "A maioria dos condomínios que visitamos ainda apresenta instalações fora da norma, feitas de forma improvisada. O síndico que autoriza ou ignora esse tipo de prática assume responsabilidade direta em caso de acidentes", reforçou. Fabíola Rezende endossou a fala e acrescentou a importância do acompanhamento profissional e da responsabilidade técnica (ART) para qualquer instalação. "É indispensável ter projeto elétrico e a consciência de que tanto engenheiros quanto síndicos podem responder civil e criminalmente em caso de falhas", alertou.

De acordo com Marcela Nery, a discussão mostrou a urgência de preparar síndicos e administradoras para a transição energética. "O papel do gestor condominial é central. Ele precisa conhecer os riscos, exigir projetos técnicos adequados e entender que segurança não se negocia. Além disso, novas soluções precisam ser pensadas, como espaços coletivos de recarga de bicicletas e patinetes, para reduzir riscos dentro das unidades."

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JOÃO MARCELO SOARES DE ALBUQUERQUE
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