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Novela reacende debate sobre bipolaridade e ajuda a reduzir estigmas

Tema abordado no horário nobre em Dona de Mim reforça a importância do diagnóstico e do tratamento

LILIAN DA CRUZ | MAVERICK 360 | [email protected]
25/09/2025 16h01 - Atualizado há 3 horas
Novela reacende debate sobre bipolaridade e ajuda a reduzir estigmas
Foto Divulgação Marília Dan

A novela Dona de Mim, exibida pela TV Globo, traz para o horário nobre um tema ainda marcado por preconceito: a personagem Filipa, interpretada por Cláudia Abreu, recebeu o diagnóstico de transtorno bipolar após uma crise. A abordagem em rede nacional tem o potencial de ampliar a conscientização, gerar identificação com o público e reduzir estigmas em torno da condição.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a bipolaridade afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e em torno de 2,5% da população brasileira, o que reforça a relevância de levar o tema para a TV e, consequentemente, para o debate público.

A novela abriu espaço para retratar na ficção uma mulher em crise diante do diagnóstico de transtorno bipolar. Fora das telas, a escritora e palestrante Marília Dan é, de certa forma, uma personagem da vida real dessa mesma história. Diagnosticada com transtorno afetivo bipolar com sintomas psicóticos aos 20 anos, ela transformou sua trajetória em livro e palestras.

“O diagnóstico não define quem somos. O que faz diferença é o acolhimento e o tratamento contínuo. Quando conseguimos enxergar a condição de forma clara, abrimos espaço para que as pessoas se sintam menos sozinhas e mais encorajadas a buscar ajuda”, afirma.

Para Marília, trazer o tema para a televisão pode ter impacto direto na vida de quem convive com a condição. “A ficção pode ser um ponto de partida para conversas difíceis, mas necessárias. Ela ajuda a reduzir preconceitos e mostrar que existe tratamento e possibilidade de qualidade de vida após o diagnóstico”, destaca.

A escritora também recorre às telas como recurso narrativo para aproximar o público do tema na palestra Marília Dan e a Saúde Mental no Cinema. “Sempre vi no audiovisual uma forma de gerar identificação. Quando um adolescente se enxerga na tela, ele entende que não está sozinho. Todos os filmes têm uma lição a passar, e por isso escolhi o cinema como veículo para falar de saúde mental. É uma experiência que envolve, emociona e abre espaço para reflexões profundas”, completa.

Segundo o Ministério da Previdência Social, apenas em 2024 mais de 51 mil afastamentos do trabalho no Brasil foram associados ao transtorno bipolar, um número que reforça a urgência da pauta. 

Sobre Marília Dan

Marília Dan é escritora, palestrante e ativista em saúde mental. Natural de Belo Horizonte (MG), passou um longo período convivendo com sintomas não identificados e sem tratamento adequado, até receber, aos 20 anos, o diagnóstico de transtorno afetivo bipolar com sintomas psicóticos. Transformou essa vivência em literatura e palestras, que mostram ser possível alcançar qualidade de vida e bem-estar emocional. Autora do livro “As Vozes na Minha Cabeça: minha história com o transtorno bipolar (2020)”, que ganhará nova edição em outubro de 2025, ela também iniciou a escrita de sua terceira obra, inspirada nos 57 dias de internação voluntária em um hospital psiquiátrico. Em sua palestra “Marília Dan e a Saúde Mental no Cinema”, conecta a própria trajetória a referências cinematográficas para promover reflexões sobre cuidado emocional, prevenção e enfrentamento de desafios.


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LILIAN DA CRUZ
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FONTE: Foto Divulgação Marília Dan
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