Transição de cuidados e ILPI: entenda a função e o público de cada um deles
Serviço de saúde para pacientes e moradia coletiva para idosos cumprem papéis complementares e devem ser reconhecidos por suas especificidades
ALESSANDRA SIEGEL
23/09/2025 15h55 - Atualizado há 6 horas
Divulgação
As unidades de Transição de Cuidados (UTC) e as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) exercem papéis muito diferentes no atendimento à população. Enquanto a Transição de Cuidados é um serviço de saúde voltado à reabilitação e estabilização clínica, as ILPIs são moradias coletivas permanentes para pessoas idosas, com ou sem grau de dependência. Transição de Cuidados: reabilitação e segurança pós-alta Classificada como equipamento de saúde, a unidade de Transição de Cuidados destina-se a pessoas de qualquer idade que, após a alta hospitalar, ainda necessitam de acompanhamento clínico, reabilitação ou estabilização de condições crônicas. Seu objetivo é assegurar que o retorno ao domicílio ocorra de forma segura, com menor risco de complicações e reinternações. Por ser uma etapa intermediária entre o hospital e o lar, o serviço oferece suporte médico, fisioterapêutico, nutricional, psicológico, fonoaudiólogo, enfermagem, terapeuta ocupacional e assistente social até que o paciente esteja apto a retomar a rotina. A atuação é feita por equipe multidisciplinar, com foco na reinserção social e funcional. “Transição de Cuidados não se trata apenas de continuar um tratamento, mas de preparar o paciente e sua família para retomar a rotina com segurança, garantindo adesão terapêutica e prevenindo reinternações”, explica o Dr. André Tavares, geriatra e diretor clínico da YUNA, instituição especializada em transição de cuidados. ILPI: moradia e cuidado permanente para pessoas idosas As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) são espaços residenciais destinados exclusivamente a pessoas com 60 anos ou mais, com ou sem dependência. Nesses locais, a pessoa idosa é moradora, não paciente, ainda que necessite de atenção básica à saúde. O foco está em oferecer moradia segura, alimentação adequada, convívio social e apoio nas atividades de vida diária. De acordo com dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE em junho de 2024, aproximadamente 161 mil pessoas residiam em asilos ou outras instituições de longa permanência para idosos, o que representa 0,1% da população brasileira e 19,2% do total de moradores de domicílios coletivos (837 mil pessoas). É a primeira vez que o IBGE apresenta dados detalhados sobre esse público, permitindo traçar um perfil mais preciso da população institucionalizada. “É fundamental que familiares, profissionais e gestores de saúde compreendam a função de cada um. Enquanto a transição de cuidados tem início, meio e fim, com metas clínicas de reabilitação ou cuidados paliativos, a ILPI é uma moradia definitiva, e seu foco principal é o bem-estar cotidiano”, complementa o Dr. André Tavares. O que dizem os estudos Segundo a publicação Desospitalização e Cuidado Continuado: o papel dos hospitais de transição, realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) em 2023, a transição de cuidados é essencial para evitar reinternações e melhorar os desfechos clínicos, especialmente em pacientes com condições crônicas complexas. A ausência desses serviços fragiliza as linhas de cuidado e sobrecarrega hospitais agudos ou instituições inadequadas ao perfil do paciente. O Observatório de Saúde Suplementar do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), na publicação Modelos de Cuidados de Transição no Brasil e no Mundo (2023), aponta que o cuidado de transição reduz em até 28% as taxas de reinternação hospitalar entre idosos com doenças crônicas, melhorando a coordenação entre os níveis de atenção à saúde e evitando complicações decorrentes de alta precoce ou sem planejamento. Já em relação às ILPIs, o estudo Panorama das ILPIs no Brasil: Desafios e Perspectivas (Fiocruz, 2021) revelou que cerca de 78% dos residentes apresentam alto grau de dependência. A pesquisa também reforça a urgência de regulamentação e fiscalização adequadas para garantir padrões mínimos de qualidade, segurança e dignidade. Além disso, relatório técnico do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicado em março de 2024, destaca que apenas 18% das ILPIs no Brasil são públicas — evidenciando um déficit de cobertura estatal e a relevância das entidades filantrópicas nesse acolhimento. Sobre a YUNA A YUNA, especializada em transição de cuidados, oferece suporte completo para pacientes de reabilitação, cuidados paliativos e continuados, atendimento individualizado e assistência multidisciplinar. Mais informações no telefone (11) 3087-3800 ou no site https://yuna.com.br/. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
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