Habilidades comportamentais como estratégia para o aumento da participação feminina nos Conselhos de Administração no Brasil
KESLY CORDEIRO
18/09/2025 10h32 - Atualizado há 4 horas
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*Por Anna Guimarães Em um cenário corporativo cada vez mais complexo e interconectado, as chamadas soft skills — habilidades interpessoais e comportamentais — tornaram-se indispensáveis para o exercício da liderança nos Conselhos de Administração. Para uma conselheira sênior, essas competências são tão cruciais quanto o conhecimento técnico e a experiência em governança. Ao longo da minha trajetória como Conselheira de Administração, percebo que habilidades como escuta ativa, empatia, comunicação estratégica, capacidade de argumentação e deliberação, visão de futuro, perfil inovador e empreendedor, pensamento estratégico e julgamento ético são ferramentas essenciais para navegar em ambientes corporativos diversos, muitas vezes marcados por conflitos, interesses múltiplos e decisões de alto impacto. Em situações delicadas e complexas — como fraudes, aquisições hostis, conflitos de agência, ausência de governança, entre outras — acredito que foi a combinação dessas habilidades que me permitiu propor soluções eficazes ao colegiado e evitar rupturas desnecessárias. A relevância das soft skills é ainda mais evidente quando observamos o papel das mulheres nos conselhos, já que ainda somos minoria. Embora a presença feminina esteja crescendo, como mostra o levantamento anual do 30% Club Brasil sobre o percentual de conselheiras nas 100 maiores companhias listadas na B3 (que compõem o índice IBrX100), que em 2024 era de 21%, e o relatório da ATREVIA e IESE Business School, que aponta 41,22% de mulheres nos conselhos do IBEX 35 no mesmo ano, ainda enfrentamos desafios significativos. No Brasil, a recém-aprovada Lei 15.177/2025, que estabelece cotas de 30% para mulheres em conselhos de empresas estatais e de economia mista, representa um avanço importante, com a expectativa de que outras companhias sigam essa trajetória. Segundo a Federação Brasileira dos Administradores, o número de mulheres em cargos executivos nas empresas listadas na Fortune 500 atingiu um recorde histórico em 2025, resultado de políticas de inclusão e programas de mentoria. No entanto, persistem barreiras a serem superadas, como o viés de gênero e a falta de compreensão sobre sua correlação com a meritocracia — o que exige das mulheres uma resiliência ainda maior. As soft skills não apenas ajudam a superar esses obstáculos, mas também se tornam diferenciais competitivos. Elas permitem que conselheiras atuem como agentes de influência, formadoras de sucessores e promotoras de culturas inclusivas. Em um ambiente de transformação tecnológica e social, a adaptabilidade e o aprendizado contínuo são essenciais para manter a relevância e a eficácia da liderança. Acredito que, ao unir preparo técnico e experiência com habilidades comportamentais, as mulheres nos conselhos podem não apenas ocupar espaços, mas transformá-los. E é essa transformação que o 30% Club Brasil busca promover: uma liderança complementar, ética e preparada para contribuir com os desafios das companhias. Sobre a autora *Anna Guimarães é presidente do Conselho Consultivo do 30% Club no Brasil, uma campanha global que busca promover o equilíbrio de gênero nos conselhos de administração e nos níveis de alta gestão. No Brasil, o objetivo é alcançar pelo menos 30% de mulheres nos conselhos das 100 maiores companhias da B3 (índice IBrX100) até 2026. Ao longo de sua trajetória profissional, Anna Guimarães — mestre em engenharia pelo ITA, com MBA pela USP e CCA pelo IBGC — vem se destacando como executiva no setor industrial, tendo ocupado a cadeira de CEO por nove anos em companhias multinacionais. Foi membro do Conselho de Administração do IBGC e atualmente integra o Conselho da Fundação USIMINAS (FSFX/FESFX). Também foi conselheira da TIM S.A. e do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, entre outras organizações. Reconhecida por sua liderança e competência, abraçou a causa do equilíbrio de gênero nas organizações por meio do 30% Club. Informações à Imprensa:
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KESLY LORRANE FERREIRA CORDEIRO
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