Nos últimos anos, o cartão de crédito consignado vem ganhando espaço como alternativa de crédito de baixo risco para bancos e financeiras, especialmente entre aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos. Segundo dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito do BC (Banco Central), o volume de concessões do crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi superior a R$ 103 bilhões em 2024.
Renan Basso, diretor de negócios e co-fundador do Grupo MB Labs, ecossistema de empresas especializadas em consultoria e desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais, explica que na prática, o produto funciona como um cartão de crédito tradicional com limite pré-aprovado, fatura mensal, compras à vista ou parceladas, mas com uma diferença crucial: o pagamento mínimo da fatura é descontado automaticamente da folha de pagamento ou benefício. “Essa característica reduz drasticamente o risco de inadimplência, permitindo taxas de juros menores e maior aprovação de crédito. A modalidade já tem se tornado uma realidade em algumas instituições, como Meu Tudo, PicPay, Banco Daycoval e Kardbank”, destaca.
O cartão consignado pode ser emitido em duas modalidades, que atualmente estão disponíveis para aposentados e pensionistas do INSS (via Dataprev), servidores públicos (via sistemas próprios de folha de pagamento) e funcionários de empresas privadas conveniadas (via convênios corporativos e entidades de classe):
• RMC (Reserva de Margem Consignável) – onde parte da margem consignável do cliente é reservada para garantir o pagamento mínimo da fatura.
• RCC (Reserva de Cartão Consignado) – modelo semelhante, mas que pode ser estruturado de forma independente do crédito consignado tradicional, permitindo maior flexibilidade.
O especialista ainda destaca que a modalidade é interessante para o cliente final, pois aumenta 5% de margem para ele tomar crédito, é descontado em folha sem ter a preocupação de ficar pagando e é um crédito de baixo custo, tendo como garantia o próprio salário ou aposentadoria. Entretanto, Renan também revela os riscos que podem ter, como as financeiras estarem sugerindo para realizarem saque com o cartão pagando juros maiores e estão liberando um limite superior que a margem do consignado, tendo o risco do cliente usar mais do que consegue pagar e pode cair no juros rotativo.
Como funciona o fluxo operacional
O especialista ressalta que o processo de contratação e uso do cartão consignado é estruturado em quatro etapas principais:
1. Originação – solicitação do cartão, análise de crédito e verificação de margem consignável (geralmente até 5%).
2. Integração com bases oficiais – normalmente via Dataprev, mas também existem outros provedores autorizados que disponibilizam consulta de benefícios, renda e margem.
3. Averbação – reserva do valor mínimo da fatura na folha ou benefício previdenciário, garantindo a cobrança.
4. Uso mensal – cliente utiliza o cartão normalmente; o desconto mínimo é feito direto em folha e o restante pode ser pago por boleto, débito ou outros meios.
“Por ter a garantia do desconto mínimo em folha, os bancos e financeiras costumam conceder limites maiores neste produto. Isso abre espaço para maior consumo pelo cliente, sem comprometer a segurança da instituição e receita adicional via rotativo ou saldo financiado da fatura, quando o cliente paga apenas o mínimo obrigatório”, finaliza.
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THAIZA LOPES ROMARIO RIBEIRO
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