Festival de Música da Fundação CASA abre 10ª edição com homenagem a Inezita Barroso no SESC Jundiaí
Apresentações de adolescentes de sete centros socioeducativos aconteceram na segunda-feira (15) em evento especial
CAMILA SOUZA
16/09/2025 18h00 - Atualizado há 4 horas
Marcelo Machado/Fundação CASA
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), entidade vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, deu início na segunda-feira (15) à 10ª edição do seu tradicional Festival de Música, o MusiCASA, com a primeira das cinco apresentações que ocorrerão em unidades do SESC São Paulo, numa parceria entre as instituições. As exibições de hoje ocorreram no SESC Jundiaí. Criado em 2014, o MusiCASA valoriza o protagonismo artístico dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, promovendo a expressão, a convivência e a reflexão por meio da arte. A edição de 2025 celebra um marco especial: os 100 anos de nascimento da cantora, instrumentista e pesquisadora Inezita Barroso, referência absoluta da música caipira brasileira. A abertura reuniu 48 adolescentes de sete centros de atendimento das cidades de Campinas, Atibaia, Jacareí, Itapetininga e Franco da Rocha, que apresentaram interpretações musicais em formatos diversos, com arranjos autorais e releituras de grandes clássicos. No SESC Jundiaí, cada grupo formado por jovens – alguns deles com servidores – mostraram repertório eclético da cultura caipira em apresentações de até 8 minutos cada. Confira como foi cada exibição: - CASA Atibaia: grupo Curimbeiros de Atibaia: música “Canto do Mar”, tocada com instrumentos típicos de matriz afro-brasileira como agogô, tamborim, atabaque, ganzá e triângulo;
- CASA Campinas: grupo Jovens em Ação, com a emblemática canção “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira e Almir Sater, com violões;
- CASA Esperança, de Itapetininga: Grupo Esperança apresentou “Rio de Lágrimas”, de Inezita Barroso, mesclando violões com tamborim, triângulo e bumbo;
- CASA Jacareí: grupo Ritmos da Liberdade, com a canção “Pau Brasil”, de Francis Hime e Geraldo Carneiro na melodia de violões, cajon e pandeiro;
- CASA Maestro Carlos Gomes, de Campinas: grupo Orquestra Sertaneja CASA Maestro tocou “Luar do Sertão”, de Inezita, com violões afinados;
- CASA Novo Tempo, de Franco da Rocha: grupo Novo Tempo levou ao palco a canção “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira, com citações de outras músicas como “Caipira de Fato” e “Marvada Pinga”, ao violão e percussão de surdo, zabumba, caixa, pandeiro, agogô e bandolim;
- CASA Tapajós, de Franco da Rocha: grupo Casa Tapajós apresentou sua versão percussiva de “Tocando em Frente”, utilizando bandolim, ganzá, agogô, tamborim, pandeiro, zabumba e surdo.
Todas as apresentações foram preparadas com acompanhamento pedagógico e musical dos educadores dos centros socioeducativos e do Guri, programa de educação musical do Governo do Estado de São Paulo, realizado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e gerido pela Santa Marcelina Cultura. A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, afirma que o MusiCASA é parte do processo pedagógico e socioeducativo dos adolescentes, utilizando a arte como ferramenta de transformação social. “Os jovens compartilham suas vivências, desenvolvem autoestima, empatia e disciplina, ajudando a preparar cidadãos para uma sociedade mais segura. Em 2025, essa transformação ganha ainda mais força ao ecoar a voz de Inezita Barroso, uma mulher, artista e educadora que não se curvou aos padrões e deixou um exemplo atemporal de resistência cultural”, explica a presidente. Voz da nossa terra Inezita Barroso (1925–2015) foi uma das artistas mais emblemáticas da música popular brasileira. Nascida em São Paulo, descobriu sua paixão pela música durante as férias no interior, encantando-se com a viola caipira e as rodas de moda de viola. Mesmo enfrentando resistência familiar, seguiu seu talento com firmeza. Apresentadora por 35 anos do programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura, Inezita também foi atriz premiada, cantora consagrada e defensora da cultura de raiz. Autêntica e combativa, sua trajetória abriu caminhos para gerações de artistas e mulheres na música tradicional. Morreu aos 90 anos, deixando um legado de resistência, identidade e amor pela cultura popular brasileira. MusiCASA 2025 Com o tema “Inezita 100 Anos – A Voz da Nossa Terra”, o MusiCASA percorre seis unidades do SESC no Estado de São Paulo nas cidades de São Paulo, Jundiaí, Sorocaba, Araraquara e São José do Rio Preto entre setembro e outubro deste ano. A organização é da Gerência de Arte e Cultura (GAC) da Fundação CASA. O evento conta com a participação de cerca de 335 jovens atendidos em 42 centros da instituição, em apresentações musicais autorais ou adaptadas, todas dentro da temática da cultura popular brasileira. Sobre a Fundação CASA A Fundação CASA aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social. Mais informações em: https://fundacaocasa.sp.gov.br/. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
CAMILA APARECIDA DE SOUZA
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