Depois dos recordes do estoque da poupança e dos juros abaixo durante toda a pandemia, as coisas mudaram muito nos últimos meses. A procura por financiamento, por exemplo, caiu 7% em maio em relação a abril, que teve uma média de 11% – dados do INDC (Índice Neurotech de Demanda por Crédito).
Atualmente, o mercado imobiliário sofre com diversos problemas que afetam diretamente na procura e na negociação, como os custos de produção afetados pela alta dos materiais de construção, inflação e os juros. Com mais famílias inelegíveis devido à redução econômica, diminui a quantidade de possibilidade de crédito na praça.
Mesmo com esses problemas, o mercado imobiliário segue aquecido. E um dos destaques é o Nordeste, onde o interesse do consumidor superou a média nacional, que é de 35% – dados da ABRAINC e BRAIN. De acordo com o especialista imobiliário Matheus Oliveira, a região tem questões específicas que geram atrativos, como investidores que aparecem em períodos específicos do ano e as suas belezas naturais.
“Por natureza, os imóveis da região possuem valores mais baixos, isso tem relação com a economia em comparação a outras regiões. O que vem sendo descoberto é que justamente por esses valores mais baixos, abre-se espaço para uma operação de aluguel por temporada que oferece ao investidor uma rentabilidade que ele não conseguiria em outras partes do Brasil”, explica.
Mesmo com fatores positivos, a região não escapou do momento de incertezas. Segundo pesquisa da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), os lançamentos imobiliários caíram 42,5% e a oferta final ficou em menos de 8% no primeiro trimestre em todo o Brasil, em efeito de comparação com o mesmo período do ano passado.
“Como o restante do mercado, o Nordeste não ficou totalmente de fora da crise. Mas costumo dizer que a crise oferece inúmeras oportunidades. O que foi atestado é que mesmo nos períodos de chuvas e preparação para as eleições, a movimentação de Porto (Porto de Galinhas, em Pernambuco) ainda existe e cresce à medida em que o verão vai chegando”, disse ele.
Na atual conjuntura do mercado, os investidores estão comprando imóveis e se preparando para o aumento na procura de imóveis para aluguel por temporada, já que há uma grande expectativa para que a média de turistas fique acima do esperado entre os meses de novembro de 2022 a março de 2023.