Nesta sexta-feira, 26/05, chega às plataformas uma versão única de ‘Ciranda pra Janaína’, canção original de Kiko Dinucci e Jonathan Silva. Com apenas voz e asalato, instrumento ancestral de origem africana, Ana Cacimba reverencia, em uma ode intimista, a orixá feminina das águas salgadas Iemanjá, também conhecida como Janaína na Umbanda. A temática da canção e o uso deste instrumento de forma pioneira contam muito da história da artista.
Cantora, compositora, atriz, criadora de conteúdo, instrumentista e brincante da cultura popular, Ana Cacimba é uma multiartista descendente quilombola. Nas plataformas já conta com 1 álbum, 1 EP e diversos singles. Ficou conhecida nos últimos meses ao usar o asalato para abordar questões como ancestralidade, resistência, fé e religiosidade afro através de vídeos em sua rede social, sempre cantando canções com este curioso instrumento.
Também conhecido como kaskas ou koshkash, o asalato é composto por duas bolinhas amarradas em uma corda, sendo tocado em pares onde a dinâmica musical está nos contatos entre as bolinhas, suas pausas e uma espécie de chocalho dentro do instrumento. O asalato é tradicional da Costa da Mina, local que hoje engloba países como Gana, Mali e Benin e de onde vieram, também, os ancestrais de Ana. Toda essa ligação com o instrumento, a sua ancestralidade e a inspiração em sua vivência moldam a atual faceta artística de Ana de Cacimba.
“Canto porque minha avó cantava na beira do rio lavando roupa, porque minha tia me ninava cantando cantigas de umbanda, porque minha mãe me ensinou canções do congado. Trago comigo toda a carga cultural de ser uma pessoa descendente quilombola e faço do canto uma forma de continuidade das tradições”, declara a artista.
A versão de ‘Ciranda pra Janaína’ surge após o vídeo de Ana viralizar nas redes sociais com mais de 5 milhões de visualizações, chamando a atenção de Kiko e Jonathan que aprovaram o lançamento do single nas plataformas.
Na voz e no asalato de Ana, “Ciranda pra Janaína” nos transmite, ainda mais, a calmaria do mar e de Iemanjá, sendo um colo em formato de canção e tornando o ouvinte ainda mais atento a cada detalhe devido ao uso de apenas esses instrumentos, que ocupam todos os lugares necessários nas canções de Ana Cacimba.
A faixa tem a produção musical de Victor Paixão, que também assina a Mix e Master. A captação foi feita por André Ramos em seu estúdio. Ana Cacimba ainda planeja dois lançamentos para 2023: o álbum “Mergulho”, com previsão de chegada para agosto; o álbum “Ao Vivo Showlivre”, ainda sem data de previsão.