Alejandro Hernandez é um acontecimento. Venezuelano, o artista carrega inusitadas misturas musicais em sua assinatura: ritmos que raramente convergem e a união de instrumentos tradicionais de diferentes países latinos. Na diversidade ele encontra inspiração, que agora desabrocha na bela e dançante Luna, single que chega ao mundo no dia 07/05. A canção é resultado das pesquisas sonoras de Alejandro e conta com a colaboração de Samuel Samuca, da banda Samuca e a Selva.
Animada e contagiante, em Luna habitam ritmos afro-brasileiros e ritmos venezuelanos, como o Ijexá e a Jota Carupanera, somado ao uso de instrumentos de vários cantos latinos, como berimbau, caxixis, congas e o cuatro venezuelano. Cantada em espanhol, a música celebra os diferentes momentos da vida e suas transformações.
As fases da lua são uma metáfora para as fases dos processos que vivemos ao longo da nossa existência: cada processo carrega diversos momentos, desde o início com suas novidades, os momentos de crescimento, os de completude, e assim por diante, até tudo minguar e os ciclos reiniciarem. Luna é sobre aprender com os caminhos para não repetir erros “Evitando todas las calles por donde pase / Pa no volver a tropezar donde ya tropecé“, e também sobre passar pelos obstáculos com força e intensidade, sem jamais perder o encanto: “Ay lunita llena alumbrame también / Alúmbrame y a alúmbrame de la cabeza a los pies“.
Os vocais divididos com Samuel Samuca não são por acaso, já que o líder da banda Samuca e a Selva é tropicalista em sua performance e estética libertárias. Samuel busca uma universalidade sonora a partir da música tipicamente brasileira, sendo a força da cultura local que Alejandro buscou incorporar na canção. Ponto de conexão de artistas e histórias, Luna também tem as percussões de Guilherme Kastrup, produtor que assina trabalhos lendários de Elza Soares e Zeca Baleiro.
Sobre as parcerias, Alejandro conta: “Por conta do Samuca já ter uma influência latina na sua música, compus Luna já tendo em mente que a parceria iria ser com ele, e a música existiria no ponto em que nossas musicalidades convergem. E na hora de procurar um percussionista, eu queria que fosse uma pessoa que realmente tivesse domínio do ijexá e não só tocasse a base padrão, então a primeira pessoa que veio em mente foi o Kastrup, que é um grande percussionista e tem uma pesquisa muito extensa dentro da música brasileira“.
Com mixagem e masterização de Adonias Souza Jr., baixo de Alexander Carrillo, saxofone barítono e soprano de Oswaldo Zapata, trompete de Franco Marcano e flauta de Andrés Brito, Luna é a primeira de diversas canções que Alejandro Hernandez prepara em parceria com músicos brasileiros, buscando através da mistura e da colaboração, inéditas combinações musicais.
Com extensa bagagem musical, Alejandro estudou no conservatório de arte de Roterdã e, além da Holanda, também França, Espanha, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Portugal, EUA, Argentina e México estão na extensa lista de países por onde o músico passou, se apresentou e estudou culturas e ritmos. No EP “Live in São Paulo” lançado no ano passado, ele sedimenta sua escolha por firmar residência no Brasil e, a partir da nossa ótica musical, propor experimentações. Difundindo nossas culturas para outros países e vice-versa, em uma maneira efetiva de expandir nossas percepções de América Latina e nos fazer sentir pertencentes ao continente onde, por mais semelhanças que tenhamos, quase sempre damos ênfase às diferenças.
“Acredito ser importante lançar essa música no Brasil para criar uma ponte entre o resto do continente e o país, para os brasileiros perceberem que não somos tão diferentes, somos todos latino-americanos” almeja Alejandro.