A Igreja Nossa Senhora de Lourdes, um dos símbolos da Helvetia, colônia suíça fundada em 1888, na cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo, .vai sediar o Festival de Música Histórica, que levará ao público apresentações de obras do período colonial, especialmente renascentista e barroco, nos dias 26, 27 e 28 de abril. Ao todo, serão nove concertos de grupos de câmara de diversas formações, que serão transmitidos ao vivo, pelo canal da Direção Cultura no Youtube e no Facebook.
A curadoria do festival é do maestro Parcival Módolo, especialista em música dos séculos XVII e XVIII, com passagens por diversas orquestras dentro e fora do Brasil. O maestro vai participar das transmissões, comentando aspectos relevantes sobre as formações, repertório e o contexto histórico das obras apresentadas. Por estar voltado à música antiga, os grupos trazem instrumentos menos conhecidos, como cravo e pianoforte. Com isso, o Festival pretende ampliar repertórios culturais e contribuir para a formação de público para as artes.
Mesmo sem a presença de público, a centenária capela representa o cenário ideal para este tipo de evento. “Festivais de Música acontecem em localidades que tenham alguma tradição musical, ou algum vínculo com compositores e intérpretes importantes. No caso da música histórica – colonial, barroca – é comum que o interesse do festival seja por compositores locais, por sua produção ou tradição musical, desde que tenha valor artístico e que já possa ser entendida como histórica. São assim vários festivais musicais, em várias partes do mundo. O maior e mais próximo de nós é o Festival de Música Barroca na Bolívia, também conhecido como Festival de Música Barroca Missiones de Chiquitos. O festival nasceu em 1996, em edições bienais, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, mas espalhou-se por diversas localidades próximas, que foram antigas reduções jesuíticas e franciscanas naquele país”, explica o maestro Parcival Módolo. “Deste modo, os grupos trarão peças de compositores europeus, e ao menos uma obra de compositor brasileiro, principalmente dos séculos XVI, XVII e XVIII”, antecipa ele.
Na segunda-feira, dia 26, o grupo paulistano Arsis Piano Trio faz a abertura do evento. Composto por Fábio Chamma (violino), Liliane Kans (pianoforte) e Angelique Camargo (violoncelo), o trio conta com uma réplica de um fortepiano da época de Mozart, modelo Stein de 1784, e segue essa filosofia com os instrumentos de corda, usando cordas de tripa e arcos típicos do período clássico.
A noite conta também com a participação do Trio de Madeiras, com Sérgio Cerri (flauta transversal), João Carlos Goehring (oboé e corne-inglês) e Francisco Amstalden (fagote), integrantes das Orquestras Sinfônicas de Campinas, da UNICAMP e de Ribeirão Preto.
Quem encerra a noite de abertura é o quinteto de metais Metallumfonia, reunindo os músicos Paulo Ronqui (trompete), Jefferson Anastácio (trompete), Isaac Emerick (trompa), Robson de Nadai (trombone) e Fransoel de Carli (trombone e baixo), que atuam na Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e Orquestra Sinfônica da Unicamp.
Na terça-feira, 27, o primeiro concerto da noite é com o conjunto Capella Campinas. Edmundo Pacheco Hora, Marcus Held e Raiff Dantas Barreto se espelham na interpretação referenciada pelos tratados de época, utilizando instrumentos originais ou cópias fiéis. Para o Festival de Música História, o grupo preparou um programa centrado no Fortepiano, o Piano do século XVIII.
Na sequência, se apresenta o Quinta Essentia Quarteto, o principal representante da flauta doce no Brasil e um dos mais importantes grupos de música de câmara brasileiros da atualidade, formado por Gustavo de Francisco, Renata Pereira, Francielle Paixão e Marina Mafra.
O grupo Sopros de Antanho faz o encerramento da segunda noite, trazendo músicos e pesquisadores da Unicamp que, apaixonados pela sonoridade dos instrumentos de sopro, misturam timbres renascentistas e barrocos com metais modernos. Integram o grupo Paulo Ronqui (Trompetes e Flugel-horn), André Freitas (Flautas doce e crumhorns), Thomas Lewinsohn (Flautas doce e crumhorns), Robson de Nadai (Trombone Tenor e Flauta doce) e Fransoel Decarli (Trombone baixo).
No último dia de lives, quarta-feira, 28, a abertura é do grupo La Follia, formado por Rogério Peruchi, Glaúcia Pinotti, e Helena Jank. Follia é um termo usado para uma modalidade musical do período barroco, que surgiu em Portugal na segunda metade do século XV. As interpretações de música barroca serão apresentadas por meio da flauta transversal, violino e o cravo, instrumento muito utilizado no século 18.
O Trio Siruiz, com Patrícia Gatti (cravo), Esdras Rodrigues (rabecas) e Roberto Peres, o ‘Magrão’ (percussão) traz como convidada a cantora, regente, poeta e professora de canto Ana Salvagni e os Barrocos da Acafi finalizam a programação. Integrantes da Associação Camerata Filarmônica de Indaiatuba (Acafi), lexandre Cruz (direção musical e violino barroco), Isabel Kanji (cravo), Ludmila Thompson (soprano), Marcus Held (violino barroco) e Sabrina Passarelli (violoncelo barroco) se especializaram no repertório musical europeu escrito nos séculos XVII e XVIII e utilizam réplicas e instrumentos originais do então conhecido período barroco.
O Festival de Música História é um projeto da Direção Cultura Produções, viabilizado pelo ProAC Expresso LAB (Lei Aldir Blanc). A Direção Cultura, desde 1999, presta consultoria e desenvolve projetos culturais, sociais e esportivos em parceria com empresas, artistas, ONGs e órgãos públicos.
Programação completa:
26/4 – (2ªf) – 19h
- Arsis Piano Trio
- Trio Madeiras
- Metallumfonia
27/4 – (3ªf) – 19h
- Capella Campinas
- Quinta Essentia Quarteto
- Sopros de Antanho
28/4 – (4ªf) – 19h
- La Follia
- Trio Siruiz & Ana Salvagni
- Barrocos da Acafi