O primeiro verso de “Sapphire”, da banda City Mall, conta como safiras não se formam em lugares áridos, já que necessitam de um solo rico em nutrientes. Se na canção a banda traz metáforas com jornadas pessoais e conquistas, no clipe a banda vai além, gerando novas interpretações – e tudo isso sem sair do elevador.
O videoclipe, dirigido pelo duo COSMO, composto por Augusto Medeiros e Henrique Gomes, foi produzido nos estúdios da produtora O2, e mostra como o lugar árido pode ser a nossa própria cabeça:
“Se você quer conquistar qualquer tipo de coisa, você tem que se movimentar. Desta forma a música é uma jornada física passando por paisagens, espaço e tempo. No clipe, ideia era tentar representar um monte de coisas que podem estar na sua cabeça e que podem fazer você não sair do lugar. O que deixa a interpretação bastante pessoal para quem assiste.” comenta Pedro Spadoni, que assina as composições e produção do projeto ao lado de Matheus Del Claro.
“Tem também a questão da espera, mas a espera do quê? E, às vezes, por esperar, você está impedindo de alguma coisa acontecer também.” – complementa a vocalista Mariana.
A ideia também passava por mostrar como a música de fundo nos acompanha durante toda a vida e acaba ganhando importância, se ressignificando a cada novo passo da jornada, seja ela no plano físico, como no plano metafísico, o que faz o encaixe perfeito com a odisseia da formação da safira.
O duo COSMO revela que o trabalho foi tentar expressar da melhor forma possível a “viagem” que a música transmite, não só com a letra, como nos arranjos, melodias e efeitos:
“Achamos a música muito boa e bonita. Nos impressionou logo no primeiro play. Ficamos muito felizes de ter realizado esse videoclipe.” – comenta a dupla de diretores
“O roteiro foi feito a ‘quatro mãos’ com o Pedro (Spadoni) e nós da COSMO. A mensagem tá muito atrelada a letra da música e também de como seria a jornada de um personagem pelos diversos níveis da própria consciência, num mundo das suas memórias e experiências.” – continuam.
As atuações também são celebradas por toda a equipe da produção, o diretor faz questão de exaltar o trabalho de Miguel Monori que faz o protagonista. Ao longo da saga que passa dentro de sua cabeça, o personagem antagoniza com os diferentes personagens importantes presentes em sua vida como o Senhor (Luiz Carlos de Medeiros), a mãe (Lilith Mafra), o pai (Fernando Arruda) e a primeira namorada, esta interpretada pela vocalista Mariana Stein.
“Muitas vezes a gente acha que o que está nos travando é uma coisa externa, mas, na verdade, é interna. Então, ali, você vai ver interpretação de trauma, do ego do protagonista, da identidade, com outros elementos que você pode interpretar, e nada ali é muito fechado.” – conta o trio criativo.
A direção de arte junto da edição e o anticlímax da atuação são elementos cruciais para a produção que tem finalização de Luiza Tomaz, coloração por Marcio Pasqualino (Psycho’n’Look | O2 Pós), direção de arte de Rafael Godoy, direção de fotografia de Carlo Vecchi, produção de João Caroli e figurino de Paula Navarro.
“Como ator, eu acho legal o desafio de se colocar na situação do personagem. Para mim, a cena mais potente, nesse sentido, é quando eu estou com meus pais. Especificamente ali interagindo com a barriga. É onde de fato, só por estar ali tentando pensar o que eu deveria estar pensando para gerar emoção, para gerar algum contato com o espectador, aquilo já emociona. Já vem alguma coisa do âmago. É uma pessoa encarando todo mundo ao mesmo tempo, e isso é meio angustiante para ele, eu acredito. Porque ele não tem a mínima ideia do que está acontecendo.”, comenta o protagonista Miguel Monori.