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Entrevistas

Banda brasileira/canadense de heavy rock, Midnight Guest, conquista cena internacional com lançamento de novo EP

Com um disco de peso e de sonoridade única, a banda segue figurando publicações ao redor do mundo, conquistando críticos ao redor do mundo

“Satanic Panic Attack” é o mais novo lançamento do Midnight Guest, o EP traz quatro faixas. Mixado por Daniel Stunges, masterizado por Arthur Joly e com capa de Juarez Tanure, o lançamento traz influências musicais do Black Sabbath, Type O’Negative e rock alternativo. É obscuro, mas ao mesmo tempo dançante.

O EP “Satanic Panic Attack” traz um jogo de palavras; “Satanic Panic” vem do “pânico satânico” dos anos 80, em que as pessoas botavam a culpa de tudo num suposto envolvimento de algo com satanismo; queimavam discos de rock e falavam que Dungeons & Dragons era coisa do diabo. Uma mistura de histeria com caça às bruxas.  “Panic Attack”, vem de um tema que aparece em 3 das 4 músicas do EP: ansiedade e ataques de pânico. Midnight Guest juntou uma das coisas que mais aflorou durante a pandemia: o aumento da ansiedade entre as pessoas e também as caças às bruxas e luta contra moinhos de vento que a gente tem visto principalmente desse governo maluco e seus apoiadores, apesar disso me parecer ser um fenômeno global. 

Como uma ponte entre o presente e o passado, Midnight Guest sintoniza o heavy rock e occult rock dos anos 70 com um olhar moderno.  O projeto criado em 2020 pelo guitarrista Daniel Stunges se une ao vocal de Kjetil Landsgard, direto do Canadá, e aos músicos Tadeu Correa na bateria e Eduardo Oliveira no baixo. A gênese de Midnight Guest vem da vontade de criar dentro do gênero do occult rock, popularizado por nomes como Black Sabbath e Ghost, mas que também tivesse uma atitude punk mesclada ao metal, como é o caso de Motörhead e Misfits. Essa sonoridade mais analógica guiou toda a produção.

A banda brasileira/canadense de heavy rock, Midnight Guest, segue conquistando seu espaço na cena internacional com o lançamento do novo EP. Com um disco de peso e de sonoridade única, a banda segue figurando publicações ao redor do mundo, conquistando críticos ao redor do mundo. 
Conversamos com a banda sobre sua trajetória, processo de composição e gravação, influências artísticas, entre outras curiosidades. Confira: 

Daniel: O nome vem de uma das músicas do nosso primeiro EP, cuja temática resume bem as nossas influências. Além disso, é um nome que me soou legal. Já existem ou existiram tantas bandas que é muito difícil arrumar um bom nome!

Como e quando a banda surgiu?Daniel: Em 2020 resolvi convidar alguns amigos para gravar e lançar algumas músicas que compus durante o início da pandemia. As coisas acabaram dando bem mais certo que o previsto, e quando percebi havíamos nos tornado uma banda. O Tadeu, o Kjetil e o Eduardo são músicos incríveis e pessoas muito legais, então está sendo demais fazer parte de uma banda com eles.

A banda segue promovendo seu último lançamento, o EP intitulado “Satanic Panic Attack”. Como foi o processo de gravação desse material?Daniel: Por causa da pandemia e da distância entre nós e o Kjetil, que mora no Canadá, foi quase tudo feito online. Nós trocamos ideias e demos entre nós, então cada um gravou a si mesmo em seus respectivos home studios (com exceção da bateria, que eu acompanhei a gravação com o Tadeu).

O material foi muito bem recebido nos sites de música especializada nacionais e internacionais. Como a banda está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?Kjetil: O feedback é demais, especialmente porque nós fomos em frente e forjamos um som nosso com pitadas de metal clássico. Às vezes canto de formas diferentes, que não são necessariamente “metal”. David Bowie, Peter Steele… Junto com alguns gritos estilo anos 80 e um “rosnado” estilo Ugly Kid Joe. Ha! As músicas foram feitas sob medida para isso e acho que acabaram ficando muito legais e únicas. E ver esse apoio das pessoas nos dá confiança!

Suas músicas demonstram muita intensidade e entrega por parte da banda. Existe alguma composição que seja mais especial para vocês?  Daniel: Pra mim é Hellfire. Foi a primeira música que compus pra banda e a primeira que ouvi o Kjetil cantando. Toda vez que ouço lembro o quão impressionado fiquei com a voz e performance dele.Kjetil:  Ha! Carve Heaven Outta Hell! É uma canção motivacional para levar a humanidade a se educar sobre o oculto e enfrentar os medos e questões que vem com isso. O riff sludge é meio que um ponto ideal pra mim… E eu realmente curti tocar o solo de guitarra!

Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som do Midnight Guest ?Kjetil: Sabbath, Misfits, Ugly Kid Joe, Type O Negative, David Bowie, Corrosion of Conformity, Chris CornellDaniel: Da minha parte, qualquer coisa que eu estiver ouvindo no momento. Sempre admirei quem não passou a vida preso a só um tipo de som ou fórmula, como o David Bowie, Bob Dylan e o Metallica. No entanto, fazemos músicas muito baseadas em riffs, então as influências de Deep Purple e Black Sabbath sempre vão estar lá de alguma forma.

Quais bandas vocês andam escutando?Kjetil: Ultimamente bandas obscuras que estão fazendo upload em plataformas de criptomoeda. Eu estou realmente empolgado por algo novo ultimamente, com arranjos e sons loucos, letras introspectivas… E David Bowie parece sempre acaba aparecendo nas minhas playlists! Em dias melancólicos eu ouço Chris Cornell.Daniel: Hellacopters, David Bowie, Lucifer, Turbonegro e Motörhead.

Podemos esperar mais material inédito em breve? Clipe?Daniel: Estamos vendo de lançar um clipe novo, e também já trabalhando em músicas novas para lançarmos ainda neste semestre.Kjetil: Com certeza. Estamos trabalhando em um vídeo sobre os bastidores da banda. Também criando um clipe para The Hour of the Wolf. Eu finalmente tenho um cara com um drone e uma licença para usá-lo e comprei um camcorder 4k; agora também tenho algumas pessoas pra me ajudarem a filmar. Então devemos ter material novo no próximo mês.

Estão animados com a retomada dos shows?
Daniel: As bandas que acompanho tem desmarcado muitos shows, especialmente na Europa, então ainda estamos cautelosos quanto a isso. Vamos esperar um pouco mais pra ver se a situação se estabiliza. Afinal, moramos em países diferentes, e nesse caso ter shows cancelados de repente seria um verdadeiro desastre para nós hahaha Mas queremos tocar ao vivo o quanto antes!

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