Produtores rurais e agricultores familiares do Brasil que oferecem serviços turísticos já podem se registrar no Cadastur, sistema do Ministério do Turismo que garante formalização e acesso a benefícios oficiais. A atualização, estabelecida pela Lei Geral do Turismo (Lei 14.978/2024), permite que fazendas, sítios e propriedades que recebem visitantes ingressam no setor sem perder sua natureza agrícola.
No Sul Fluminense, em especial no Vale do Café, a medida representa mais do que um cadastro: abre caminho para que pequenos produtores transformem hospitalidade, gastronomia e vivências culturais em renda e desenvolvimento local. “A formalização via Cadastur transforma a propriedade rural em atrativo turístico reconhecido. O campo deixa de ser visto apenas como espaço produtivo e passa a ser valorizado como experiência cultural, econômica e sensorial”, avalia Santuza Macedo, especialista em turismo e CEO da Diamond Viagens.
Segundo o Ministério do Turismo, o segmento de turismo rural recebeu 6,65 milhões de visitantes em 2024, um crescimento de 12,6% em relação ao ano anterior, movimentando US$ 6,6 bilhões e gerando aproximadamente 190 mil empregos diretos.
Embora ainda não haja levantamento específico sobre o Sul Fluminense, os dados nacionais indicam forte potencial para a região. O Vale do Café já atrai visitantes em busca de casarões históricos, gastronomia local e festivais culturais. Com a nova lei, esses roteiros poderão se expandir para incluir atividades como trilhas guiadas, colheita participativa, oficinas culinárias e hospedagem em casas de família.
Para Santuza, a medida deve ser entendida como um convite à inovação. “Se os produtores se organizarem em associações, investirem em capacitação e valorizarem sua identidade local, o Sul Fluminense pode se posicionar como referência nacional de turismo rural sustentável. A inclusão no Cadastur é só o primeiro passo”, afirma.
Além de acesso a crédito via Fungetur, os produtores formalizados terão maior visibilidade em campanhas de promoção do Ministério do Turismo e poderão integrar plataformas de comercialização que ampliam a presença digital de destinos do interior. “É também uma forma de competir com grandes polos turísticos ao mostrar autenticidade. O visitante quer sentir, provar, aprender e se emocionar. E o campo oferece tudo isso”, acrescenta Santuza.
Especialistas do setor apontam que a força do turismo rural não está apenas no produto, mas na articulação coletiva. Experiências de outras regiões, como a Rota do Queijo em Minas Gerais e os circuitos de agroturismo no Espírito Santo, mostram que a união de pequenos produtores cria atrativos consistentes, amplia o tempo de permanência dos turistas e garante renda recorrente.
No Sul Fluminense, a expectativa é que a formalização ajude a consolidar o destino como parte do roteiro turístico nacional, conectando o histórico Vale do Café com novas tendências de turismo regenerativo e de base comunitária. “É desenvolvimento com identidade. Cada fazenda conta uma história. O Cadastur agora dá o selo que faltava para transformar essa história em oportunidade”, conclui Santuza.
Sobre Santuza Macedo:
Santuza Macedo é empreendedora e especialista em turismo e cruzeiros. CEO da Diamond Viagens, possui vasta experiência internacional e atuou em Orlando (EUA), com foco em experiências personalizadas para turistas brasileiros. Hoje, promove roteiros e excursões no Brasil, com destaque para o Sul Fluminense, além de oferecer consultoria para quem deseja ir para Orlando.
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PAULO NOVAIS PACHECO
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