O avanço da inteligência artificial (IA) já está impactando o mercado de trabalho e deve continuar transformando carreiras nos próximos anos. Para Elcio Paulo Teixeira, CEO da Heach Recursos Humanos, as mudanças serão profundas, mas não necessariamente significam o desaparecimento de profissões, e sim a reconfiguração das atividades. A Heach, que atua há anos no mercado de recrutamento e gestão de talentos, acompanha de perto essas transformações e auxilia empresas e profissionais na adaptação às novas demandas.
Segundo o executivo, no curto prazo, as funções mais ameaçadas são as administrativas e de escritório. "Atendimento e suporte de primeiro nível, telemarketing, assistentes administrativos, entrada e validação de dados, triagem curricular e tarefas repetitivas de backoffice estão entre as mais expostas, por serem altamente padronizáveis e já cobertas por chatbots, automação de processos e reconhecimento de documentos", afirma Elcio.
No longo prazo, a substituição tende a alcançar rotinas técnicas e analíticas com grande volume de processamento de informações. "Áreas como partes da contabilidade, compliance transacional, revisão jurídica básica, triagem diagnóstica em saúde e operações logísticas com integração de IA, visão computacional e robótica serão impactadas", completa.
As tecnologias que mais impulsionam essa mudança, segundo Teixeira, são a IA generativa com processamento de linguagem natural (usada em chatbots e copilotos), a automação de processos (RPA) combinada a OCR/visão computacional para rotinas financeiras e cadastrais, e modelos preditivos aplicados a demandas, riscos e logística. "Essas são as soluções mais transformadoras até 2030, seguidas por robótica e automação", explica.
Apesar da redução de vagas em funções repetitivas, novas oportunidades estão surgindo. "Áreas de dados, produto digital, cibersegurança, engenharia e operações de IA, design de experiências e setores como saúde e educação, com forte componente humano, devem crescer. Estimativas globais sugerem que, até 2030, haverá criação líquida positiva de empregos, desde que haja requalificação", destaca Teixeira.
Sobre profissões criativas, o CEO ressalta que a IA atua mais como parceira do que como substituta. "Ela acelera rascunhos, variações e testes, mas ainda carece de repertório vivido, intenção autoral e visão editorial. A tendência mais robusta é a coprodução: a máquina amplia produtividade, enquanto o profissional define contexto, ética e originalidade", explica.
Para lidar com essa transformação, será necessário um novo letramento digital. "Todos precisarão de conhecimento básico em IA, não para programar, mas para formular problemas, interpretar saídas e validar informações. A OCDE aponta que a maioria não precisará de habilidades técnicas profundas, mas terá de desenvolver análise crítica, comunicação e uso seguro de IA", comenta Teixeira.
No caso do Brasil, ele vê avanços, mas também desafios. "Temos programas como os do SENAI e a Estratégia Brasileira de IA em revisão, mas ainda existem desigualdades regionais e déficits de habilidades digitais. Precisamos de um plano nacional de requalificação para funções mais expostas, acelerar a infraestrutura de conectividade, aprovar um marco regulatório que traga previsibilidade sem travar a inovação e apoiar PMEs na adoção de soluções acessíveis de IA", conclui.
Com atuação voltada para o desenvolvimento de talentos e requalificação de profissionais, a Heach Recursos Humanos se posiciona como parceira estratégica nesse cenário, auxiliando empresas e trabalhadores a se prepararem para o futuro do trabalho impulsionado pela inteligência artificial.
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PEDRO GABRIEL SENGER BRAGA
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