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O futuro da medicina: computação quântica X diagnósticos e tratamentos

MARIANA BEGO
09/09/2025 08h08 - Atualizado há 11 horas
O futuro da medicina: computação quântica X diagnósticos e tratamentos
Suzana Araujo
A computação quântica está prestes a dar um salto significativo na medicina, oferecendo soluções inovadoras para acelerar diagnósticos, desenvolver novos medicamentos e personalizar tratamentos para cada paciente. Diferente dos computadores tradicionais, que processam informações em sequência, os sistemas quânticos utilizam qubits capazes de analisar múltiplas possibilidades simultaneamente, podendo tornar possível simular interações moleculares complexas e interpretar padrões genéticos em tempo recorde.
“Na prática, isso significa que processos que antes levavam anos poderão ser reduzidos drasticamente, trazendo tratamentos mais eficazes e precisos”, afirma Suzana Araújo, CEO da Techtalksa e especialista em inovação e tecnologia com mais de 20 anos de experiência.
Grandes empresas farmacêuticas, como Roche e Pfizer, já utilizam algoritmos quânticos para acelerar pesquisas de medicamentos, especialmente contra doenças neurodegenerativas. Instituições de ensino e pesquisa de renome, como Harvard, MIT e Oxford, exploram a tecnologia em bioinformática e simulação de proteínas, enquanto universidades brasileiras, incluindo USP, Unicamp e UFRJ, avançam em projetos com computadores quânticos em nuvem e colaborações internacionais.
No entanto, o cenário nacional ainda enfrenta desafios estruturais. O país conta com grupos de excelência em pesquisa, mas carece de investimentos robustos, integração entre academia e empresas e políticas públicas estratégicas. Segundo Suzana, “ações como colaboração entre governo, universidades e setor privado permitirá que o Brasil participe de forma significativa da revolução quântica na saúde.”
“As primeiras áreas médicas a sentir os efeitos dessa tecnologia devem ser oncologia, neurologia e doenças raras. A capacidade de simular mutações genéticas complexas e redes biológicas promete acelerar o desenvolvimento de tratamentos personalizados e mais seguro”, completa. Estudos já indicam ganhos expressivos: em 2020, a Roche, em parceria com a Cambridge Quantum Computing, conseguiu simular interações moleculares muito mais rapidamente que com computadores tradicionais, mostrando o potencial da computação quântica mesmo antes de criar medicamentos exclusivos.
Entre os desafios ainda estão a escalabilidade e estabilidade das máquinas, a padronização de protocolos e a integração com a prática clínica. Além disso, a alfabetização digital em saúde dos profissionais será fundamental para aplicar os resultados de forma segura e eficiente. Suzana Araújo reforça que “médicos não precisam dominar a física quântica, mas devem interpretar e aplicar os insights tecnológicos com senso crítico.”
Especialistas projetam que pacientes começarão a sentir os efeitos da tecnologia em cinco a sete anos, com novos medicamentos e terapias mais personalizadas. A integração completa da computação quântica aos protocolos clínicos deve ocorrer em uma década ou mais, garantindo diagnósticos mais precisos e tratamentos individualizados.
A revolução quântica, segundo os especialistas, promete não substituir o médico, mas ampliar suas capacidades, mantendo o vínculo humano no centro da medicina e tornando os avanços científicos acessíveis a milhões de pacientes ao redor do mundo.

 

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DANILO BEGO FARIAS
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