A atriz e ex-personagem icônica da TV nos anos 1990, Suzana Alves, conhecida nacionalmente como a Tiazinha, fez uma revelação impactante durante sua participação no podcast 6+1. Ela contou que ainda convive com os efeitos do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e da síndrome do pânico, transtornos desencadeados pelo período em que viveu sob intensa exposição midiática.
Segundo Suzana, a pressão causada pela fama repentina foi tão avassaladora que ela passou a evitar sair de casa. Em raras ocasiões, quando se via obrigada a sair, ela se disfarçava com várias camadas de roupas e boné para não ser reconhecida. “Eu tive mania de perseguição e cheguei a achar que alguém tinha instalado câmeras no meu carro. Isso virou uma paranoia”, relatou.
A fala da atriz trouxe à tona um debate necessário sobre os efeitos psicológicos da fama, sobretudo em figuras públicas que foram hipersexualizadas e expostas em larga escala. Para aprofundar a discussão, o Portal Márcia Piovesan conversou com o psicólogo Damião Silva, que analisou o caso e comentou os desdobramentos emocionais da exposição extrema.
O que é a síndrome do pânico?
De acordo com Damião Silva, a síndrome do pânico é caracterizada por crises súbitas e intensas de medo, mesmo sem ameaça real aparente. “Essas crises, conhecidas como ataques de pânico, podem afetar profundamente a vida da pessoa, desde suas emoções até suas relações e rotina”, explica o especialista.
Ele ressalta que, apesar de o medo ser uma emoção natural, na síndrome do pânico o corpo reage como se estivesse em risco de morte, provocando reações físicas extremas.
Suzana Alves revela luta contra síndrome do pânico e ansiedade após fama como Tiazinha
Sintomas comuns da síndrome do pânico
O psicólogo alerta que os sintomas surgem de forma inesperada e atingem o pico em poucos minutos. Os mais relatados incluem:
Taquicardia (batimentos acelerados)
Falta de ar e sensação de sufocamento
Suor excessivo
Tontura e sensação de desmaio
Tremores e formigamento no rosto e mãos
Dor no peito
Sensação de perda de controle ou de estar fora de si (despersonalização)
“Após uma ou mais crises, o paciente pode desenvolver comportamentos de evitação, como deixar de sair sozinho, evitar lugares públicos ou até abandonar o trabalho ou os estudos por medo de sofrer nova crise”, afirma Silva.
Tratamentos e cuidados
A boa notícia é que há tratamento eficaz. Damião Silva explica que o acompanhamento com psicólogo e psiquiatra é fundamental, e os tratamentos atuais oferecem estabilidade emocional e melhor qualidade de vida.
Ele também destaca a importância do autocuidado no dia a dia:
Sono regulado
Alimentação saudável
Redução do consumo de cafeína
Práticas de respiração e relaxamento
Redução da exposição às redes sociais
“Esses cuidados ajudam o organismo a se equilibrar e reduzem a chance de novas crises. Ninguém escolhe ter um transtorno, mas todos podem aprender a cuidar da própria saúde mental”, finaliza o psicólogo.