Oficinas de colagens no MARP abrem programação da mostra “Paisagem, mero artifício”
Cerca de 50 pessoas participaram neste sábado (1º/11) das oficinas “Nossa vida é uma colagem”, com Adriana Amaral, e “O novo que se abre”, com Cristina Aliperti - experiências que uniram arte, natureza e imaginação
Verbo Nostro
04/11/2025 17h37 - Atualizado há 5 dias
(Divulgação)
O MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto deu início, no último sábado (1º/11), à programação formativa da exposição “Paisagem, mero artifício”, com a realização duas oficinas gratuitas que exploraram a prática da colagem para despertar reflexões e novos olhares sobre as paisagens. As atividades, abertas ao público, foram realizadas no próprio museu e fazem parte do projeto Mensurando Horizontes, contemplado pelo ProAC – Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo, que também inclui a exposição “Paisagem, mero Artíficio, com abertura agendada para a próxima sexta-feira (7/11).
Pela manhã, a artista visual Adriana Amaral conduziu a oficina “Nossa vida é uma colagem”, que propôs um mergulho no surrealismo e nas possibilidades de recompor o real a partir de elementos orgânicos. Flores desidratadas, sementes, penas e até carcaças de cigarra foram incorporadas às criações do grupo. “Foi muito gratificante transmitir algo que normalmente é tão pessoal. Trouxe materiais que uso nas minhas próprias obras – elementos naturais que falam de vida e morte, transformação e efemeridade”, contou a artista.
A oficina reuniu cerca de 20 participantes, que preencheram as mesas do museu com cores, texturas e composições diversas. Para Adriana, a troca com o público amplia o sentido do próprio fazer artístico. “Ver todo mundo criando, experimentando, trocando ideias é uma experiência que transforma. A arte também é esse encontro”, completou.
No período da tarde, a programação seguiu com a oficina “O novo que se abre”, ministrada pela artista Cristina Aliperti, propondo um exercício poético de desconstrução da colagem tradicional. Em vez de sobrepor imagens, os participantes foram convidados a criar a partir da retirada e do vazio. “A relação com a exposição está justamente na construção da paisagem pelos nossos olhares. A ideia foi recortar, abrir janelas e revelar o que está por trás do material, criando novos ciclos e espaços”, explicou Cristina.
Segundo ela, o processo também provoca uma reflexão sobre o que é descartado e o destino dos materiais. “Normalmente, escolhemos figuras para montar uma colagem. Aqui, o foco foi o contrário: retirar elementos e dar sentido ao que sobrou. Isso amplia o olhar e nos tira da zona de conforto”.
Um novo olhar sobre o que é deixado para trás
A fotógrafa e designer Giuliana Kalliri participou da Oficina “O novo que se abre” e destacou o valor desta prática do projeto. “Foi inspirador perceber como materiais descartados podem ganhar novo significado. Isso me fez refletir sobre o destino do lixo doméstico e sobre a possibilidade de transformar o que parece sem valor em algo com potência estética e simbólica”, comentou.
As oficinas integram o conjunto de ações educativas que antecedem a abertura da mostra “Paisagem, mero artifício”, na próxima sexta-feira, 7 de novembro, às 19h30, no MARP (Rua Barão do Amazonas, 323 – Centro), com entrada gratuita. A exposição, produzida pela Líria Cultural e com curadoria de Marina Frúgoli, reúne 16 trabalhos em pintura, escultura, instalação e vídeo das artistas Aline Moreno e Corina Ishikura.
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VALTER JOSSI WAGNER
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