O Teatro Cacilda Becker, em São Paulo, recebe no próximo dia 5/11, às 21h, a estreia do espetáculo “Heróis sem Monumento”, criação coletiva idealizada pelo compositor, cantor e instrumentista Marcílio Menezes em parceria com músicos convidados. A apresentação é um convite à reflexão sobre memória, ancestralidade e representatividade, trazendo à tona as histórias invisibilizadas de negros e indígenas que tiveram papel fundamental na construção do Brasil. A entrada é gratuita.
Inspirado no contexto histórico da estrada férrea que ligava Bahia e Minas Gerais no século XIX, o espetáculo vai além da música para construir uma verdadeira jornada no tempo. Em cena, as vozes que foram silenciadas ao longo da história ganham protagonismo por meio de canções inéditas, poesias e prosas compostas por Marcílio Menezes. Utilizando uma linguagem coloquial, acessível e poética, a narrativa valoriza o legado de resistência e de contribuição dessas comunidades, ao mesmo tempo em que chama a atenção para a desigualdade na representação dos monumentos públicos, que ainda hoje homenageiam majoritariamente figuras brancas e masculinas.
Para Marcílio Menezes, a criação de “Heróis sem Monumento” nasce de um compromisso profundo com a memória coletiva. “Este espetáculo é uma forma de devolver voz a quem foi silenciado. Quando olhamos para os monumentos de nossas cidades, percebemos a ausência de indígenas, negros e mulheres. Essa ausência diz muito sobre o que a história oficial escolheu contar e, principalmente, sobre o que decidiu apagar. Através da música, da poesia e do encontro com o público, queremos trazer à luz essas trajetórias de resistência e reafirmar a importância de repensarmos juntos a narrativa que constrói o Brasil”, explica Menezes.
A proposta artística não se limita à apresentação musical. Após o espetáculo, será realizada uma roda de conversa entre artistas e público, ampliando o espaço de reflexão e diálogo em torno da diversidade cultural, da memória coletiva e da construção de uma narrativa mais inclusiva para o futuro do Brasil. O projeto tem como objetivo democratizar o acesso à cultura e reafirmar a importância da ancestralidade negra e indígena, unindo arte e educação em uma experiência sensível e transformadora. Para garantir a inclusão, a apresentação contará com recursos de acessibilidade, como intérprete de Libras e audiodescrição, além de ingressos sociais destinados a públicos de baixa renda.
O espetáculo reúne artistas de grande relevância no cenário musical brasileiro. Marcílio Menezes divide o palco com o violonista Luiz Maranhão, com os percussionistas Lazinho Batuck e Claudinho Santana, com o acordeonista Renato Ianovich, com o baterista Cláudio Oliveira e com Anair Rosa e Geórgia Nunes nos vocais.
“Heróis sem Monumento” não é apenas um show musical. É uma celebração da diversidade, uma homenagem aos heróis esquecidos pela história oficial e um convite ao público para repensar de forma crítica e afetiva as narrativas que moldam a identidade do país.
Sobre Marcílio Menezes
Marcílio Menezes, responsável pela criação do espetáculo, constrói há mais de três décadas uma trajetória artística marcada pelo diálogo entre música, cultura popular e questões sociais. Desde o lançamento do seu primeiro disco, em 1993, já recebeu premiações nacionais, dividiu projetos com nomes como Belchior e Rubem Alves e representou o Brasil em festivais internacionais, como o Printemps du Brasil, realizado em Toulouse, na França, em 2023. É também fundador da Ingazeiro Produções, produtora que tem como missão valorizar a diversidade cultural e a ancestralidade brasileira.
5 de novembro de 2025
Ensaio aberto: 16:00
Coquetel: 19:30
Show: 21:00
Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295 – Lapa, São Paulo/SP
Entrada gratuita (com ingressos sociais reservados para público de baixa renda)
Recursos de acessibilidade disponíveis
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MARINA FRANCO
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