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No Dia do Professor, educadores apontam quatro desafios da área

Docentes refletem sobre o papel do profissional da educação diante das transformações sociais e tecnológicas

LUCAS ARDIGó
09/10/2025 18h10 - Atualizado há 12 horas
No Dia do Professor, educadores apontam quatro desafios da área
Freepik

Celebrado em 15 de outubro, o Dia do Professor é uma oportunidade para reconhecer a importância desses profissionais na formação de crianças e jovens e, ao mesmo tempo, refletir sobre os desafios que a educação enfrenta no mundo atual. Em um cenário marcado pelo avanço da tecnologia, pela diversidade cultural, pelas mudanças climáticas e pelas novas demandas da sociedade, a docência vai muito além de transmitir conhecimento: o professor se torna mediador, inspirador e protagonista da transformação.

Para marcar a data, educadores compartilham reflexões sobre alguns dos principais desafios vividos no dia a dia das escolas.

O desafio de integrar a inteligência artificial

Para Audrey Taguti, diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS (São Paulo/SP), a Inteligência Artificial é uma realidade irreversível na educação. A IA representa tanto oportunidades quanto dilemas para a educação, e o maior desafio é integrá-la de forma pedagógica.

“A tecnologia pode apoiar o processo de aprendizagem, oferecendo recursos personalizados e acessíveis, mas também exige preparo dos docentes para lidar com novas ferramentas e repensar suas práticas pedagógicas. É preciso capacitar os educadores para dominarem essas ferramentas, usando-as para desenvolver habilidades analíticas e criativas, essenciais para o futuro profissional dos alunos”, opina Audrey.

Contudo, o papel do professor é insubstituível como mediador desse processo, garantindo que a tecnologia sirva para potencializar a aprendizagem e não para substituir a interação humana e o pensamento crítico. “O desafio não é apenas aprender a usar a IA, mas saber como integrá-la de forma ética e crítica, sem substituir a mediação humana que é base para o desenvolvimento integral dos alunos”, aponta a diretora do BIS.

O mundo pede mudanças

A escola deve ter como compromisso preparar cidadãos conscientes, capazes de atuar em um mundo diverso e em constante transformação. Para a diretora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick (São Paulo/SP), Teca Antunes, um dos maiores desafios atuais é incorporar temas urgentes de forma transversal no currículo, como as mudanças climáticas e a diversidade.

“Não se trata apenas de incluir uma disciplina, mas preparar os alunos para compreender interconexões globais e agir de forma ética e responsável. É papel da escola ajudar os estudantes a compreender, por exemplo, que questões ambientais também envolvem justiça social, responsabilidade coletiva e empatia. Trabalhar diversidade é formar uma geração preparada para pensar soluções sustentáveis e inclusivas para o futuro”, opina Teca.

Formação docente contínua

No contexto de rápidas mudanças educacionais, a formação de professores exige uma visão ampla do mundo e a constante atualização para abordar questões complexas e em evolução. Segundo Rodrigo Caneschi, diretor do colégio Progresso Bilíngue Indaiatuba, investir no desenvolvimento constante dos educadores é essencial para garantir uma prática pedagógica inovadora e alinhada às necessidades atuais dos alunos. “O professor precisa estar em constante aprendizado, seja no uso de novas metodologias, no domínio da tecnologia ou na compreensão de questões socioemocionais e culturais que atravessam a sala de aula. Formar o professor é formar toda uma comunidade escolar”, destaca.

Ainda segundo Rodrigo, “a educação do século XXI exige muito mais que domínio de conteúdo. Precisamos formar educadores que sejam facilitadores, mentores e guias, aptos a trabalhar com metodologias ativas e a lidar com a diversidade de perfis de alunos e famílias”, pondera.

Educação socioemocional

Para a gestora da Escola Internacional de Alphaville, Ana Claudia Favano, questões como ansiedade, dependência tecnológica e dificuldades de relacionamento estão cada vez mais latentes na sala de aula. Nesse cenário, a gestão do bem-estar mental e emocional da comunidade escolar também passa pelo professor, ocupando lugar de destaque entre os desafios da docência.

“Vivemos tempos de ansiedade, pressão social e excesso de informação. É fundamental que a escola proporcione espaços para o desenvolvimento da empatia, da resiliência e do equilíbrio emocional. E o professor é peça-chave nesse processo, pois sua escuta e seu olhar sensível impactam diretamente a formação humana dos alunos”, explica.

Ana Claudia afirma também que o educador hoje precisa estar preparado para ser um agente de saúde mental, identificando sinais de alerta e promovendo um ambiente acolhedor. “Implementar programas estruturados de convivência ética e desenvolvimento de habilidades como resiliência, empatia e autorregularão não é mais um extra, é parte fundamental do currículo”, finaliza.


As especialistas

Ana Claudia Favano é gestora da Escola Internacional de Alphaville. É psicóloga; pedagoga; educadora parental pela Positive Discipline Association/PDA, dos Estados Unidos; e certificada em Strength Coach pela Gallup. Especialista em Psicologia da Moralidade, Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, Educação Emocional Positiva e Convivência Ética. Dedicada à leitura e interessada por questões morais, éticas, políticas, e mobiliza grande parte de sua energia para contribuir com a formação de gerações comprometidas e responsáveis.

Audrey Taguti acumula 42 anos de experiência e trabalho em Educação. É formada em Magistério e Pedagogia, possui pós-graduações em Psicopedagogia e Bilinguismo e é especialista em Alfabetização. É diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP desde a fundação do colégio, em 2000.

Teca Antunes é pedagoga, Mestre em Educação Especial e pós graduada nas áreas de Didática para Educação Bilíngue e Alfabetização. Tem experiência em sala de aula e na gestão de escolas bilíngues, além de atuar como formadora de professores em diversas áreas. Na Aubrick, atua na direção pedagógica promovendo o alinhamento de práticas frente ao projeto pedagógico da instituição, acompanhando o desenvolvimento profissional dos colaboradores e buscando construir uma experiência de excelência e relevância para todos os estudantes.

Rodrigo Caneschi é licenciado em Biologia, com experiência em docência em sala de aula e em análise laboratorial, além de ter licenciatura em Pedagogia. Também é formado em Gestão de Negócios com ênfase em Logística, e possui um MBA em Gestão de Projetos e outro em Data Science and Analytics, ambos pela Universidade de São Paulo (USP). Atua no Colégio Progresso desde 2014, onde já foi Assistente de Direção, Orientador Educacional e Coordenador Pedagógico para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Em 2020, assumiu a função de Diretor Escolar e, em 2024, tornou-se Diretor Geral (Head of School) para o Programa de Diploma do IB (IB DP).


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LUCAS LIVIO ARDIGO
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FONTE: International Schools Partnership
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