MENU

Cirurgia de afirmação de gênero pode salvar vidas, defende médico de SC: “Depois da cirurgia, elas voltam a sonhar”

Identidade e saúde mental caminham juntas no processo de afirmação de gênero.

JACY ABREU
07/10/2025 15h02 - Atualizado há 5 horas
Cirurgia de afirmação de gênero pode salvar vidas, defende médico de SC: “Depois da cirurgia, elas voltam a
Foto: Acervo pessoal.

Passado o Setembro Amarelo e às vésperas do Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), torna-se ainda mais urgente colocar a população trans no centro das discussões sobre sofrimento psíquico e políticas públicas. O Dr. José Carlos Martins Jr., cirurgião plástico e fundador do Transgender Center Brazil, defende que o acesso à cirurgia de afirmação de gênero deve ser entendido como ferramenta terapêutica: uma via real de cuidado com a saúde mental — e não apenas uma escolha estética ou de identidade.

“Para muitos pacientes, a cirurgia não é um desejo. É um resgate da vontade de viver. Depois do procedimento, elas voltam a sonhar. Passam a planejar, a respirar com leveza. É visível”, afirma o médico, que já realizou mais de 3 mil procedimentos em pacientes de todas as regiões do Brasil.

“Hoje, consigo me olhar no espelho e amo o que vejo”. O relato de Eduarda Sanches Matias, de Curitiba (PR), reflete exatamente esse impacto. Após anos convivendo com uma profunda disforia de gênero e sofrimento psicológico, ela viu sua saúde mental ser transformada com a cirurgia: “Evitar me olhar no espelho era rotina. Pensar em me mutilar foi uma ideia que passou pela minha cabeça muitas vezes. Me sentia incompleta, triste, desconectada. A cirurgia trouxe uma sensação de alívio que não dá para descrever. Hoje, me sinto completa, feliz, realizada. Consigo me olhar no espelho e amo o que vejo. Me amo mais — e amo a vida também.”

De Rio Grande (RS), Talia também viveu o renascimento após a transição. A história de Talia Ynaê Silveira Farias, natural da cidade de Rio Grande (RS), mostra o quanto o acompanhamento psicológico e a cirurgia caminham juntos. Desde a infância, Talia já sentia que havia algo em desalinho. Ao longo dos anos, construiu uma vida estável, com trabalho, estudos e relacionamento, mas havia um vazio que só foi preenchido no momento da transição corporal. “Eu era feliz, mas não completamente. Faltava a paz de ver refletida no espelho a mulher que eu sempre fui por dentro. No dia 24 de outubro de 2024, essa paz chegou. Foi o dia em que renasci. Minha saúde mental se transformou completamente. Hoje, vivo com leveza, equilíbrio e serenidade. Sou o meu próprio sonho realizado.”

O corpo deixa de ser obstáculo
Segundo o Dr. Martins, os casos de Eduarda e Talia são apenas dois exemplos entre centenas que demonstram que a cirurgia pode funcionar como um divisor de águas. “O que essas pacientes relatam é que a angústia maior não vem de dentro, mas da incongruência entre o corpo e a identidade. Quando esse conflito cessa, é possível viver com dignidade, com saúde emocional e com alegria”, afirma.

A clínica, localizada em Blumenau (SC), adota uma abordagem multidisciplinar. Psicólogos, cirurgiões, fisioterapeutas e outros profissionais atuam em conjunto no acolhimento antes, durante e depois da transição.
A psicóloga Priscila H.S. Martins, cofundadora do Transgender Center Brazil, reforça que o processo de transição vai além da cirurgia. “Não é sobre mudar o corpo. É sobre alinhar o corpo com quem a pessoa é desde sempre. Quando isso acontece, vemos um impacto real e profundo na autoestima, na autonomia e na saúde emocional de cada um.”

Os números reforçam a urgência da pauta. No Brasil, 43% das pessoas trans já tentaram suicídio (ANTRA, 2023), e pesquisas internacionais mostram que elas têm nove vezes mais risco de ideação suicida do que pessoas cisgênero (The Lancet Psychiatry, 2023). O país segue, há mais de 14 anos, como líder mundial em assassinatos de pessoas trans (Transgender Europe – TMM, 2023), enquanto a expectativa de vida dessa população permanece em apenas 35 anos (Observatório de Mortes e Violências contra Pessoas Trans no Brasil). A realidade se agrava diante do dado de que menos de 10% das pessoas trans conseguem acessar o processo transexualizador completo pelo SUS (ANTRA/Observatório Trans).

Sobre o Dr. José Carlos Martins Jr.
CRM/SP 161421 – CRM/SC 18281 – CRO/SC 7549
Dr. José Carlos Martins Jr. é médico e cirurgião plástico, também graduado em Odontologia. Possui pós-graduação em Cirurgia Bucomaxilofacial, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Cirurgia Plástica Facial. Foi fellow bolsista em Cirurgia Reconstrutora pelo University Hospital of Basel (Suíça), é membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica (CBCP) e da World Professional Association for Transgender Health (WPATH).
É autor do livro Transgêneros – orientações médicas para uma transição segura e fundador do Transgender Center Brazil, referência nacional no atendimento humanizado e multidisciplinar à população trans.


Assessoria de Imprensa – Jacy Abreu
[email protected]
(11) 99625 0730 | WhatsApp (85) 99712 5136


 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JACYLETE MARIA ABREU DE OLIVEIRA
[email protected]


FONTE: Dr. José Carlos Martins Jr., médico cirurgião e fundador do Transgender Center Brazil, referência nacional em cirurgias de afirmação de gênero. (Foto: Acervo pessoal)
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://agitomax.com.br/.