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Obras no Vila da Serra e Vale do Sereno em Nova Lima (MG) trazem alívio, mas especialista alerta para soluções de longo prazo

Trânsito caótico na região deve ganhar um pouco de fluidez com obras como o Viaduto Ferradura e Parque Linear que urbanista analisa como primeiro passo para o futuro aliado a um planejamento estruturado

CíNTIA NEVES
07/10/2025 15h48 - Atualizado há 5 horas
Obras no Vila da Serra e Vale do Sereno em Nova Lima (MG) trazem alívio, mas especialista alerta para
Divulgação BLOC Arquitetura Imobiliária


A parceria entre o setor público e a iniciativa privada tem rendido frutos concretos na melhoria da infraestrutura viária na divisa entre Nova Lima e Belo Horizonte. Com obras importantes em andamento, a região busca soluções para o trânsito historicamente caótico. De acordo com o arquiteto urbanista Alexandre Nagazawa, as intervenções trazem “ganhos pontuais” e são passos importantes para a melhoria da mobilidade, embora o problema seja estrutural e histórico.
O urbanista, diretor da BLOC Arquitetura Imobiliária, destaca que o crescimento acelerado da região foi impulsionado por um forte dinamismo econômico, mas a pressão sobre o poder público em busca de flexibilização urbanística acabou sobrecarregando a infraestrutura existente. "O custo com o trânsito caótico, falta de infraestrutura e degradação ambiental, recaiu sobre moradores, trabalhadores e usuários do espaço urbano, pontua Nagazawa, reconhecendo, contudo, que as novas obras apresentam um avanço na busca por soluções.
Obras buscam desafogar o trânsito
Uma das obras em andamento é o do Viaduto Ferradura, que tem previsão de ligar a MG-030 (sentido BH-Nova Lima) à BR- 356 (sentido BH-RJ), eliminando a necessidade de passar pelo congestionado trevo do BH Shopping na Raja Gabaglia. Essa intervenção visa melhorar significativamente a mobilidade e a fluidez do trânsito na região.
Além disso, outra obra bastante comentada é o projeto do Parque Linear, uma área verde e de uso público que será criada na região da linha férrea entre os bairros Belvedere (Belo Horizonte) e Vila da Serra (Nova Lima) para preservar a área, proteger recursos hídricos e manter a paisagem urbana. O projeto busca transformar a antiga linha férrea em um espaço de lazer.
 
Necessidade de planejamento
 
Embora as obras em andamento sejam importantes, Alexandre Nagazawa destaca a importância do planejamento a longo prazo para a mobilidade da região.  "O verdadeiro desafio é construir um grande pacto coletivo que alinhe os interesses da população, do poder público e do mercado”, afirma. O arquiteto urbanista sugere um olhar mais amplo que inclua a integração entre as políticas de mobilidade de Nova Lima e Belo Horizonte, além de incentivos ao transporte público e a participação popular nas decisões urbanas.
Para o especialista, a união entre moradores, empreendedores e gestores públicos é a chave para construir uma cidade mais justa e eficiente. Ele vê nas obras em andamento um ponto de partida para um futuro que garanta que o progresso seja bom para todos os moradores, trabalhadores e investidores. "O crescimento da frota de veículos é um dos principais fatores que evidenciam essa urgência: dados recentes mostram um aumento expressivo no número de carros em circulação na Grande BH, com reflexos diretos no congestionamento da MG-030, que chega a ter picos de lentidão em vários horários do dia”.
"O futuro da região depende de decisões integradas e sustentáveis, com transporte coletivo estruturante como base, políticas ambientais robustas e um urbanismo pensado para pessoas, não apenas para veículos ou para empreendimentos isolados," pontua.
Diálogo, equilíbrio e responsabilidades compartilhadas
A parceria entre a iniciativa privada e a Prefeitura de Nova Lima demonstra como o setor privado pode colaborar muito na execução de obras estruturantes.  No entanto, para que essa relação seja saudável, Nagazawa reforça a importância de garantir transparência, participação popular e equilíbrio. “O poder público deve exercer sua liderança, definindo prioridades que atendam ao coletivo. Ao mesmo tempo, a sociedade precisa se engajar e assumir seu protagonismo, com participação, cobrança e reflexão sobre o papel que deseja desempenhar na construção da cidade”, explica.
Ele ressalta que quando moradores, empreendedores e gestores públicos se unem em torno de um projeto comum, o resultado é uma cidade mais justa, eficiente e humana para todos. O futuro da região, que envolve não apenas o Vale do Sereno e o Vila da Serra, mas também bairros como Belvedere, Buritis e Santa Lúcia, em Belo Horizonte, depende de decisões integradas e sustentáveis.
A visão de Nagazawa é de um futuro que precisa ser baseado nas pessoas, não apenas em soluções pontuais para veículos ou empreendimentos isolados.  "Se houver união e diálogo, os desafios atuais podem se transformar em oportunidades," afirma. “A construção desse futuro não é dever exclusivo do governo ou do mercado, mas uma responsabilidade compartilhada por toda a sociedade, garantindo que o progresso seja bom para todos e para as próximas gerações”, conclui.
 

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CÍNTIA NEVES SILVA
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