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Minas Gerais registra avanço no faturamento do varejo alimentar em 2025

Estudo da Scanntech mostra que, entre janeiro e agosto, o varejo alimentar mineiro cresceu 6,2% em valor, mesmo com retração em unidades, enquanto mudanças de hábito impulsionam categorias de maior valor e praticidade

BARBARA CRISTINA
02/10/2025 15h48 - Atualizado há 16 horas
Minas Gerais registra avanço no faturamento do varejo alimentar em 2025
Divulgação

Em um cenário de transformação no consumo, Minas Gerais se destaca pelo crescimento em valor no varejo alimentar. Dados da Scanntech, líder em inteligência para o setor, mostram que, entre janeiro e agosto de 2025, o estado registrou alta de 6,2% em faturamento, resultado que abre espaço para novas oportunidades mesmo diante da retração de 1,6% em unidades vendidas. 

Os formatos de atacarejo aparecem como os mais pressionados, registrando queda de unidades mais acentuada em mesmas lojas. Já os supermercados mostraram maior resiliência, sustentando maior crescimento no faturamento mesmo diante da retração em volume, reforçando a importância do formato para o equilíbrio do mercado mineiro.

Esse comportamento acompanha a tendência nacional, mas em Minas Gerais a pressão sobre o consumo em volume é mais intensa. A queda no número de unidades por ticket ajuda a explicar o resultado, sinalizando um consumidor mais seletivo.

"Mesmo com uma melhora no cenário macroeconômico, com inflação em queda e renda média em alta, o poder de compra ainda segue limitado. Isso faz com que muitas famílias revejam prioridades, optem por marcas mais acessíveis em categorias essenciais e deixem para investir em indulgências ou produtos premium em ocasiões específicas. Esse comportamento mostra que a recuperação do consumo em volume ainda depende de fatores estruturais, como maior confiança do consumidor e estabilidade de preços", comenta Priscila Ariani, Diretora de Marketing da Scanntech. 

Entre as cestas de consumo, a de perecíveis se destaca por ser a única a registrar crescimento no volume consumido e, ao mesmo tempo, apresentar o maior avanço em faturamento,  inclusive acima da média nacional. Já a mercearia básica se sobressai pela maior variação no preço por unidade.

Mudança de hábitos

Pesquisa realizada pela Shopper Experience, em parceria com a APAS, revela que 71% dos consumidores alteraram seus hábitos de compra nos últimos 12 meses, evidenciando mudanças estruturais no comportamento do shopper. Além disso, ganham relevância as chamadas “bolhas de pertencimento” — tendências de consumo impulsionadas pela internet e redes sociais — que vêm se destacando em performance no varejo, como os movimentos voltados para saúde e bem-estar, indulgência e beleza (“eu mereço”) e lifestyle.

Um ponto relevante é a substituição das refeições tradicionais por alternativas mais práticas. Arroz, feijão e açúcar registram queda em volume, mesmo sem aumento de preços. Em quase 40 anos, o consumo per capita desses itens básicos caiu cerca de 30%, de acordo com dados da Embrapa. No lugar deles, categorias ligadas à praticidade ganham força, como alimentos prontos e semiprontos.

Outro aspecto relevante é o aumento da presença de pets nas famílias, que já supera o número médio de filhos. O reflexo dessa tendência no varejo é evidente: enquanto a cesta de produtos infantis apresenta retração em volume, a de produtos para animais de estimação registra avanço.

Valorização do premium

Apesar da busca por alternativas mais baratas em categorias básicas, os consumidores mineiros demonstram disposição para investir em produtos de maior valor percebido. O café é um exemplo claro: mesmo diante do forte aumento de preços, mantém relevância no carrinho e abre espaço para rótulos especiais e de maior valor agregado. No eixo Leste (MG, RJ e ES), os produtos premium registraram crescimento de 1,7 ponto percentual na participação de mercado, frente a um avanço de apenas 0,3 p.p. no Brasil.

Clima x Bebidas

As temperaturas mais baixas de 2025 impactaram diretamente a cesta de bebidas. Em Minas Gerais, a queda em alcoólicos foi menos acentuada que a média nacional, enquanto as não alcoólicas recuaram em ritmo mais intenso do que no restante do país. Nesse contexto, alguns segmentos se destacaram em volume, como refrigerantes zero, chás prontos sem açúcar e água com gás, além de cervejas premium e de baixa caloria, que se consolidam como escolhas relevantes. Esses movimentos evidenciam que, mesmo em um cenário de consumo mais cauteloso, o consumidor mineiro valoriza alternativas associadas ao bem-estar, funcionalidade, conveniência e estilo de vida.

Consumo em Minas Gerais

Os dados reforçam que o consumo no estado está longe de uma recuperação plena em volume, apesar de um cenário macroeconômico aparentemente mais favorável. A inflação desacelerou e a renda média cresceu, mas os preços ainda pesam no bolso e levam o consumidor a reconfigurar seu carrinho, levando menos unidades por ticket e aumentando o fluxo em lojas.

Para varejistas e indústrias, entender essas nuances é fundamental para atuar em Minas Gerais, equilibrando sortimento entre itens básicos e premium, além de investir em categorias de conveniência, funcionalidade e saudabilidade que dialoguem com os novos hábitos de compra.

 

Sobre a Scanntech 

Usada por 90% das principais redes varejistas do canal alimentar e por mais de 400 indústrias, a Scanntech segue revolucionando o uso da informação de mercado, A companhia ajuda varejo indústria e distribuidores  a obterem informações precisas e rápidas, através de uma plataforma de tecnologia com múltiplas soluções que permitem que seus clientes tomem melhores decisões em todos os seus processos – do estratégico ao tático - e alcancem maiores resultados.


 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
BARBARA CRISTINA SILVA BARBOSA
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