Decisão do TJ do Rio em caso de pirâmide financeira reforça proteção a consumidores lesados pela Futura Invest
Tribunal reconhece gravidade das denúncias; investigações devem avançar, com quebra de sigilo, além de busca e apreensão de bens dos suspeitos de operar golpe financeiro
FERREIRA ANTUNES
30/09/2025 16h46 - Atualizado há 13 horas
Divulgação
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reconheceu a gravidade das denúncias contra a empresa Futura Invest, que teria conduzido operações fraudulentas de investimento, e autorizou medidas importantes para proteger os consumidores. O recurso foi apresentado pelo Instituto de Proteção e Gestão do Empreendedorismo (IPGE), que atua em defesa dos investidores, contra decisão que indeferiu pedido liminar na Ação Civil Pública movida pelo instituto.
Com a decisão, ficam permitidas a quebra de sigilo bancário dos últimos cinco anos, a busca e apreensão de bens, incluindo criptomoedas, e a apreensão de passaportes dos investigados.
O Tribunal destacou que há fortes indícios de fraude e risco de que os responsáveis tentem esconder ou dissipar seus bens, o que poderia dificultar o ressarcimento das vítimas.
O IPGE destaca que esse é um passo relevante na busca por responsabilização e na proteção de consumidores que foram prejudicados pelas promessas enganosas de investimento da Futura Invest.
Entenda o caso
Sediada no Rio de Janeiro, a empresa de investimentos Futura Invest agia com foco em criptomoedas. Seus operadores prometiam lucros e rendimentos bem acima do mercado com ganhos mensais de 4% sobre os aportes. Contudo, subitamente, encerrou as suas operações, deixando muitas vítimas e um prejuízo milionário.
A empresa era liderada pelo ex-membro do Botafogo, Ricardo Wagner de Almeida, um dos investigados. As investigações revelaram um esquema de pirâmide financeira entre a Futura Invest e outra empresa de investimentos focada em criptomoedas, a GAS Consultoria, onde a Futura captava recursos financeiros provenientes de investimentos dos seus clientes e posteriormente os direcionava para a GAS Consultoria que, por sua vez, oferecia retorno mensal de 10%.
A diferença de lucro de 10% para 4%, ou seja, 6%, foi retida pelo líder da Futura Invest, Ricardo Wagner de Almeida, o que resultou em expressivos lucros. Esse mecanismo pode indicar um esquema complexo de pirâmide dentro de uma pirâmide.
A revelação do elo entra as empresas fraudulentas aconteceu em fevereiro de 2023, após ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Foi quando também se revelou que a GAS Consultoria era liderada por Glaidson Acácio dos Santos, que ficou conhecido como “Faraó dos Bitcoins”.
Um dos resultados da operação foi a prisão de Ricardo Wagner de Almeida, em Piratininga, Niterói, em decorrência da sua participação nos crimes de organização criminosa e de estelionato.
Em julho daquele ano, o IPGE entrou com uma ação civil pública contra a Futura Invest, buscando a proteção aos direitos coletivos, a possibilidade de que as vítimas consigam ser ressarcidas e o encerramento das atividades da empresa.
Com a decisão recente do TJ-RJ, as vítimas de mais esse golpe financeiro renovam as esperanças de que as investigações sigam o fluxo e a Justiça aconteça, com a punição aos envolvidos e o ressarcimento dos valores investidos.
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CAIO FERREIRA PRATES
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