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Pets Podem Sofrer Depressão por Causa dos Tutores? O Que a Ciência Já Sabe Sobre Esse Tabu

Cães e gatos podem “absorver” emoções humanas e desenvolver depressão por influência de seus tutores? Descubra o que estudos revelam sobre o vínculo emocional e o bem-estar animal.

PRISCILA GONZALEZ
24/09/2025 14h24 - Atualizado há 6 horas
Pets Podem Sofrer Depressão por Causa dos Tutores? O Que a Ciência Já Sabe Sobre Esse Tabu
Marcelo Müller

Por Dr. Marcelo Müller – Médico-Veterinário, Mestre em Pesquisa Clínica e autor do livro “Meu Pet… Meu Mundo…”


Emoções que se encontram: o reflexo humano nos pets

Quem convive com cães e gatos já percebeu: eles parecem sentir quando estamos tristes, ansiosos ou até mesmo quando enfrentamos fases de depressão. Muitos tutores relatam que seus pets ficam mais quietos, deixam de brincar ou até adoecem quando o ambiente familiar está carregado.

Mas a grande questão é: isso é apenas empatia animal ou pode evoluir para um quadro real de depressão nos pets?


O que a ciência já investigou

Pesquisas recentes têm demonstrado que cães e gatos não apenas reagem ao humor dos tutores, mas também podem internalizar emoções humanas.

  • Estudo publicado na Scientific Reports (2019) mostrou que cães ajustam seus níveis de estresse de acordo com os de seus tutores, revelando um verdadeiro “espelhamento emocional”.

  • Em gatos, estudos de comportamento apontam que mudanças drásticas na rotina e o convívio com tutores ansiosos ou deprimidos podem gerar apatia, isolamento e até distúrbios alimentares.

  • A etologia moderna já reconhece que cães e gatos são animais sencientes, ou seja, capazes de sentir emoções complexas, incluindo tristeza profunda e depressão situacional.


Sinais de depressão em cães e gatos

Durante meus atendimentos domiciliares, já acompanhei inúmeros casos em que o estado emocional do tutor refletia diretamente no comportamento do pet. Os sinais mais comuns incluem:

  • Perda de interesse em brincadeiras ou passeios

  • Alterações no apetite: comer demais ou recusar alimento

  • Distúrbios do sono: sono excessivo ou inquietação noturna

  • Isolamento social: evitar contato com tutores ou outros animais

  • Postura corporal abatida: cabeça baixa, olhar triste, movimentos lentos

Em muitos casos, esses sinais aparecem após longos períodos de tensão emocional na família ou em situações de luto e mudanças drásticas.


Quando o tutor “transfere” emoções para o pet

A convivência próxima cria um laço tão profundo que cães e gatos podem “absorver” o clima emocional da casa. Ambientes marcados por estresse constante, discussões frequentes ou tristeza prolongada têm impacto direto no bem-estar animal.

O contrário também acontece: um tutor mais calmo, afetivo e presente tende a favorecer pets mais equilibrados, ativos e felizes.


Como apoiar o pet em situações de risco

Assim como em humanos, a prevenção e o cuidado contínuo fazem toda a diferença. Algumas estratégias que recomendo incluem:

  • Manter a rotina estável: horários fixos para alimentação, passeios e brincadeiras transmitem segurança.

  • Oferecer enriquecimento ambiental: brinquedos interativos, estímulos olfativos e atividades físicas reduzem ansiedade.

  • Garantir momentos de afeto: interação positiva com o tutor fortalece a resiliência emocional.

  • Buscar atendimento veterinário: quando os sinais de tristeza se prolongam, é fundamental avaliar se existe um quadro clínico associado.

  • Cuidar também de si mesmo: ao buscar apoio psicológico, o tutor protege não só sua própria saúde, mas também o bem-estar do pet.


Conclusão: a saúde mental é compartilhada

A ciência mostra que cães e gatos não vivem à parte do nosso mundo emocional — eles participam dele intensamente. Quando um tutor adoece emocionalmente, o pet pode carregar parte desse peso e até manifestar sinais de depressão.

Reconhecer essa conexão é um ato de responsabilidade e amor. Cuidar da própria saúde mental também é uma forma de cuidar dos nossos animais. E, quando percebemos que eles estão em sofrimento, oferecer acompanhamento veterinário é essencial para devolver equilíbrio e qualidade de vida.


Sobre o Autor

Dr. Marcelo Müller é Médico-Veterinário com mestrado em Pesquisa Clínica, especializado em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, bem-estar animal e atendimento veterinário domiciliar. Atua na promoção de saúde preventiva e integrativa, com foco no diagnóstico precoce, respeito à senciência animal e fortalecimento do vínculo entre pets e tutores. Autor do livro “Meu Pet… Meu Mundo…”.


Instagram: @marcelomullervet
Site: marcelomullervet.com.br
Bio: marcelomullervet.my.canva.site/

 


Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
PRISCILA GONZALEZ NAVIA PIRES DA SILVA
[email protected]


FONTE: Marcelo Müller
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