Peças sonoras criadas a partir de depoimentos de mais de 80 mulheres de 7 à 70 anos, que relatam o que é uma sociedade machista e como é viver nessa sociedade: essa é a proposta de Vozes, instalação imersiva multimídia criada pela artista Ynaê Cortez com curadoria de Felipe Amâncio que fica em cartaz de 03 a 29 de outubro de 2025 no Centro de Artes Calouste Gulbenkian (R. Benedito Hipólito, 125 - Praça XI, Rio de Janeiro - RJ), com entrada gratuita.
Os depoimentos abordam diferentes esferas e camadas sociais que trazem questões ligadas ao ambiente doméstico, vida profissional, educação dos filhos, relacionamento, liberdade de ir e vir, padrões de beleza, violência e sexualidade, entre outros. Para a criação das peças sonora, foram entrevistadas mulheres de diversas classes sociais, orientações sexuais, raças e gerações.
“O processo teve início quando comecei uma pesquisa sobre mulheres na arte, pensando no machismo predominante na história da arte, que é contada a partir das perspectivas de artistas homens”, conta Ynaê. Paralelamente à sua pesquisa, sua dissertação de mestrado contemplou estudos sobre a interseccionalidade no feminismo em várias categorias sociais, incluindo experiências de vida, etnia, classe social e gênero. Foi a partir disso que colheu vários pontos de vista que poderiam acolher ideias diversas sobre como é viver numa sociedade intrinsecamente machista.
A ideia é criar, com essa instalação, uma experiência sonora polifônica composta por cinco peças sonoras de uma hora em looping distribuídas em cinco caixas de som. “Ao entrar na sala, é possível ouvir uma multidão de mulheres falando, mas se você quiser, é possível chegar perto de um dos amplificadores para ouvir um depoimento específico", conta a artista.
Trecho do texto curatorial de Felipe Amancio
testemunha dor
Vozes ecoam na exposição de Ynaê Cortez. A instalação reapresentada pela
primeira vez desde sua primeira individual (2019), de certo modo, lida com o assombro
dessa mitologia, o infortúnio da repetição. Ao invés de conchas, a artista nos traz
modernas caixas de som que reproduzem falas de mulheres, respostas a perguntas não
ouvidas, que apenas podem ser inferidas. Nelas escutamos relatos de mulheres de
diferentes idades, realidades sociais e trajetórias de vida, a contarem suas experiências
na sociedade em que vivem, e como reagem à opressão do machismo. Mais uma vez,
repete-se não apenas o depoimento, de caixa para caixa, mas também o mesmo enredo
trágico, situações violentas na vida familiar, no trabalho e sociedade, encenado por
diferentes personagens.
(...)
Testemunhar para que a dor não sufoque, para pedir ajuda, abrir diálogo. Assim como as
conchas podem ecoar um mar nunca visto, as caixas da instalação Vozes trazem aos
ouvidos experiências sociais que podem gerar reconhecimento e empatia. Trata-se de
uma obra empenhada em não silenciar opressões, mas em acolher e reverberar o que
precisa ser mudado.
Ficha Técnica
Artista: Ynaê Cortez
Curadoria: Felipe Amâncio
Identidade Visual: Marcela Klayn e Riian Lima
Tradutora Intérprete de Libras: Luiza Adorno
Assessoria de imprensa: Pevi 56 - Angelina Colicchio e Diogo Locci
Serviço
Exposição Vozes
Individual Artista Ynaê Cortez
Abertura 03/10/2025
Visitação: 03/10/2025 a 29/10/2025 | Segunda a sábado de 09:00 às 20:30
Entrada gratuita
Local: Centro de Artes Calouste Gulbenkian ( R. Benedito Hipólito, 125 - Praça XI, Rio de Janeiro - RJ)
Classificação etária: 12 anos
Assessoria de Imprensa - Pevi 56
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