Profissionais de marketing digital ganharam uma nova ferramenta para superar limitações enfrentadas há anos no Google Trends. A empresa disponibilizou no fim de julho a primeira versão alfa da API oficial da plataforma, permitindo acesso programático aos dados de pesquisa que anteriormente exigiam consultas manuais no site.
A equipe do Google informou que desenvolveu a interface em resposta às “inúmeras solicitações” recebidas de desenvolvedores e analistas. O acesso permanece limitado a um pequeno grupo de testadores selecionados através de processo de inscrição. A gigante de tecnologia pretende aproveitar essa fase para coletar informações sobre o desempenho da ferramenta antes de ampliar sua disponibilidade.
Uma das evoluções mais aguardadas é que, agora, maiores volumes de informação poderão ser processados. A partir dessa nova ferramenta, agências de link building para nichos específicos também conseguirão integrar os dados diretamente em suas plataformas de análise, sem depender de extração manual termo por termo. A mudança afeta especialmente quem precisa monitorar centenas de palavras-chave simultaneamente.
O site tradicional do Google Trends apresenta cada consulta numa escala de 0 a 100 isoladamente. Quando você pesquisa “roupa esportiva” hoje e “tênis de corrida” amanhã, por exemplo, não consegue comparar os volumes reais porque cada busca recebe sua própria escala. A API resolve esse problema usando uma base de cálculo única para todas as solicitações.
Os profissionais Daniel Waisberg e Hadas Jacobi, membros da equipe responsável pelo projeto, explicaram que os desenvolvedores agora podem combinar dados de várias consultas, “juntando, comparando e mesclando dados de várias solicitações”. A documentação técnica mostra que é possível comparar dezenas de termos ao mesmo tempo, enquanto o site permite apenas cinco.
Para a CEO da Experta, empresa especializada em serviços de SEO on-page e off-page, Flávia Crizanto, a consistência dos dados resolve um problema antigo de quem tentava criar séries históricas. “Antes, juntar informações de consultas feitas em momentos diferentes gerava distorções porque cada uma tinha sua própria escala. Agora será possível construir gráficos comparativos confiáveis ao longo de meses ou anos.”
Os dados cobrem um período de 1.800 dias, aproximadamente cinco anos de histórico. A equipe escolheu esse intervalo porque a maioria das análises empresariais trabalha com essa janela de tempo para análise. Outro ponto é que eventos como eleições presidenciais e Copas do Mundo acontecem a cada quatro anos, e a ferramenta captura pelo menos um ciclo completo desses acontecimentos.
As informações chegam organizadas em diferentes granularidades: o profissional pode visualizar tendências diárias, semanais, mensais ou anuais, dependendo da necessidade da análise. Os dados mais recentes têm atraso de dois dias, o que permite acompanhamento de mudanças no comportamento de busca.
A segmentação geográfica segue o padrão ISO 3166-2. Isso abre a oportunidade para que uma agência de SEO especializada em e-commerce verifique diferenças de interesse entre cidades diferentes (e distantes). Essa granularidade regional ajuda empresas a direcionar campanhas e conteúdo para mercados locais específicos.
Segundo os desenvolvedores, a API foi planejada para apoiar diversos casos de uso. Um dos exemplos são pesquisadores acadêmicos, que ganham uma fonte consistente para estudos longitudinais e definição de prioridades em pesquisa científica baseada em termos “em alta” no interesse popular.
Jornalistas são outra categoria que recebe uma forma automatizada de identificar assuntos emergentes. Em vez de checar manualmente dezenas de termos relacionados a uma pauta, podem configurar sistemas para alertar quando determinados tópicos ganham relevância. Os editores, por sua vez, conseguem ajustar calendários editoriais com base em tendências sazonais comprovadas por dados históricos.
Empresas, no geral, podem usar a API para diferentes finalidades estratégicas: pesquisa de palavras-chave, planejamento de conteúdo (especialmente para plataformas do Google, como o Youtube), análise competitiva e monitoramento de menções à marca. Agências de digital PR para startups conseguem identificar momentos ideais para lançar comunicados, baseando-se em picos de interesse por temas relacionados. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARINA FERNANDEZ GUEDES
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