Em um país onde mais de 9,3 milhões de mulheres empreendem, segundo dados do Sebrae, o segmento de acessórios femininos tem ganhado protagonismo não apenas como mercado em expansão, mas como estratégia concreta de geração de renda, autoestima e independência financeira. Ainda de acordo com o Sebrae, 93% das empreendedoras começaram seus negócios por conta própria, e 82% dependem do empreendimento como principal fonte de renda. Nesse cenário, a revenda de semijoias tem se destacado como modelo de negócio de baixo investimento inicial, retorno rápido e com forte presença feminina: cerca de 60% dos empreendedores do setor são mulheres, de acordo com levantamento da ABEDV.
A projeção de crescimento também é expressiva: segundo a consultoria Mordor Intelligence, o setor de semijoias deve movimentar US$ 5,34 bilhões até 2029, com crescimento médio de 8,31% ao ano. Essa expansão, no entanto, vai além dos números e reflete mudanças profundas nas relações de trabalho, sobretudo para mulheres em regiões onde o acesso ao emprego formal é limitado. “Quando uma mulher conquista sua renda, ela muda sua vida e a de toda sua família. Muitas estão em áreas onde as oportunidades são restritas. Por isso, empreender com semijoias é sobre isso também: autoestima, brilho e independência”, afirma Veridiana Quirino, CEO da marca que leva seu nome, com sede em Campinas (SP).
Fundada em 2007, a Veridiana Quirino Semijoias é hoje uma das principais referências do setor no país. A marca reúne mais de 3.000 consultoras, 500 franquias home based, fábrica própria em Limeira (SP) com capacidade para 2 milhões de peças por ano, e um faturamento superior a R$ 50 milhões em 2024. A estrutura combina produção verticalizada, digitalização do processo comercial e uma rede de revendedoras presente em todas as regiões do Brasil.
O modelo, baseado em revenda digital com apoio técnico e logístico, tem potencial transformador especialmente entre diferentes perfis de mulheres que buscam flexibilidade e autonomia, como mães solo, profissionais em transição de carreira ou que buscam complementar a renda familiar. “É um modelo que valoriza o tempo da mulher, respeita suas escolhas e ainda leva oportunidade para cidades onde o acesso ao mercado de trabalho é mais restrito. É sobre inclusão produtiva com suporte profissional”, explica Quirino.
O programa “VQ em Casa”, principal aposta da marca, permite que mulheres empreendam com apoio digital completo, sem precisar de loja física, estoque próprio ou investimento inicial elevado. A consultora recebe um kit com peças selecionadas, embalagens, catálogo, treinamento online e acesso a uma plataforma integrada que oferece desde recomendação de looks até finalização de vendas com links rastreáveis. As franquias operam de forma 100% remota, com suporte técnico e comercial contínuo.
A digitalização do processo foi determinante para a escalabilidade do modelo. “Nosso showroom é o Brasil inteiro. Queremos criar oportunidades reais de geração de renda e permitir que as mulheres possam empreender de casa com dignidade e estrutura profissional”, diz a CEO. Hoje, o programa já conta com 500 microfranquias ativas, e a meta é alcançar 700 até o final de 2025.
Por trás dessa operação está uma cadeia produtiva pensada para ser socialmente justa e economicamente viável. A empresa atualmente produz 1 milhão de peças anuais, com capacidade para chegar a 2 milhões, em fábrica própria de 1.000m². O processo produtivo utiliza técnicas de alta fusão, banho de ouro 18k e ródio, além de cravação manual de pedras, processo que garante maior qualidade e durabilidade aos produtos. A estratégia permite que a marca lance até 12 coleções por ano, atendendo aos segmentos feminino, masculino, infantil, pet e personalizados.
Além do impacto na base, a cultura interna da empresa também reflete o compromisso com o protagonismo feminino: mais de 90% do time é composto por mulheres, e 78% dos cargos de liderança estão sob responsabilidade feminina. “Não se trata apenas de vender semijoias. É uma cadeia pensada para empoderar. Desde quem desenha até quem entrega na casa da cliente, o que nos move é a possibilidade de transformar vidas com o nosso trabalho”, reforça Veridiana.
Mais do que uma tendência, o crescimento do setor de semijoias mostra como modelos híbridos que unem produção nacional, tecnologia e capilaridade comercial podem ser motores de inclusão econômica, especialmente em lugares onde as desigualdades regionais e de gênero ainda são marcantes.
Enquanto os índices de desemprego persistem, especialmente entre mulheres, que enfrentam uma taxa de 8,7% no Brasil, contra 5,7% entre os homens, segundo o IBGE, para milhares de brasileiras, o brilho das semijoias representa mais do que beleza: representa futuro, segurança e transformação social.
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MILENA VITÓRIA PEREIRA DOS SANTOS
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