A contagem regressiva para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) já começou: faltam menos de 60 dias para o primeiro dia de prova (9 de novembro) e 60 dias para o segundo (16 de novembro). Nesse período decisivo, os estudantes precisam mais do que apenas revisar conteúdos: é hora de aplicar estratégias inteligentes de estudo, cuidar da saúde mental e organizar o tempo de forma eficiente.
De acordo com Gabriel Carvalho, diretor da Unidade Asa Sul e diretor de Segmento Ensino Médio do Colégio Sigma, “a preparação para o ENEM exige mais do que domínio de conteúdo: exige estratégia, autoconhecimento e acolhimento. Ao longo da jornada de estudos, é natural que os estudantes enfrentem desafios emocionais, dificuldades com o tempo e dúvidas sobre o que priorizar. A boa notícia? Com foco e direcionamento, é possível construir uma rotina de estudos eficiente e leve, mesmo diante da pressão”, destaca.
Um dos pontos centrais, segundo Carvalho, está na gestão do tempo: “Aqui não estamos falando apenas de montar um cronograma colorido na parede — isso pode até ajudar, mas está longe de ser o suficiente. A dica prática é encarar o estudo como um compromisso real, com hora para começar e terminar, como uma aula ou um treino esportivo”, pontua.
Para o especialista, é fundamental também que o estudante desenvolva autoconhecimento, entendendo quais estratégias funcionam melhor para o seu perfil: enquanto alguns se saem bem com longas sessões de estudo, outros têm mais resultado com métodos de intervalos, como o Pomodoro (25 minutos de foco + 5 de pausa). Ele explica: “ao organizar o tempo com inteligência, o estudante ganha controle da rotina e, com isso, reduz a ansiedade e melhora a qualidade da aprendizagem”.
Carvalho lembra ainda que o estudante deve priorizar os conteúdos mais cobrados e que costumam aparecer em diferentes edições da prova, estudando de maneira inteligente o edital, sem dedicar todo o tempo ao documento inteiro. O especialista reforça que é preciso estudar com foco, usando bons materiais, fazendo revisões frequentes e resolvendo questões de provas anteriores. “Isso é muito mais eficaz do que passar horas maratonando conteúdo sem direcionamento”, comenta.
Outro diferencial, conforme o educador, é compreender a lógica da correção: “Poucos alunos sabem, mas o ENEM utiliza um modelo de correção chamado TRI (Teoria de Resposta ao Item). Isso significa que a nota não é calculada apenas pela quantidade de acertos, mas pela coerência nas respostas. Em termos simples: não adianta acertar questões difíceis e errar várias fáceis, porque isso gera incoerência e pode reduzir a nota final. Estudar com base na TRI significa organizar a resolução de provas começando pelas questões mais fáceis, ganhando segurança, e avançando com clareza. Treinar com esse olhar estratégico transforma o estudo em uma preparação mais conectada com a lógica real do ENEM — e isso pode ser decisivo.”
A redação, avalia o diretor, é outro ponto crucial: “A redação do ENEM vale até 1000 pontos e, muitas vezes, é o diferencial que garante a vaga em cursos concorridos. Por isso, ela merece atenção especial. Escrever bem exige treino. A melhor forma de melhorar é praticar com temas de edições anteriores, receber devolutivas construtivas e trabalhar aspectos como clareza, estrutura, repertório e proposta de intervenção. Dedique-se a entender os critérios de correção e busque desenvolver um estilo de escrita objetivo e argumentativo. Uma redação bem feita pode compensar pequenas falhas em outras áreas, tornando-se a sua maior aliada no exame.”
Sobre os simulados, Carvalho destaca a importância de usar a prática de forma estratégica: “Fazer simulados não é só sobre ver se sabe: é um treino real para a maratona que é o ENEM. Eles ajudam o estudante a desenvolver resistência, gestão do tempo e controle da ansiedade. Mais do que isso, após cada simulado, é essencial revisar os erros, reforçar os acertos e refazer as questões. Transforme o simulado em uma ferramenta de diagnóstico e não apenas um boletim de notas. É a partir dele que se constrói o próximo passo com mais segurança.”
Por fim, o diretor lembra que falar sobre ansiedade é parte do processo: “A ansiedade é um dos maiores desafios dos estudantes nessa fase. Por isso, é fundamental normalizar o sentimento, falar sobre ele com colegas, professores e familiares, e buscar estratégias de enfrentamento. Pequenas atitudes podem ajudar muito: pausas conscientes, exercícios de respiração, sono regular, alimentação equilibrada e momentos de lazer sem culpa. Cuidar da saúde mental é parte da preparação para o ENEM — e quanto mais o aluno entende isso, melhor ele consegue se autorregular.”
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SUENIA MICHELLE QUEIROZ DANTAS
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