Em breve, o Carnaval carioca será pano de fundo para uma obra cinematográfica que celebra uma das figuras mais emblemáticas do samba brasileiro. Intitulado "Squel – Confissões de uma Porta-Bandeira", o documentário dirigido pela cineasta Celina Torrealba está em fase de pós-produção e vai retratar a vida e a trajetória de Squel Jorgea, ícone da dança e da cultura popular.
Reconhecendo a relevância dessa personagem real, Celina escolheu Squel como protagonista de seu novo trabalho. Fiel ao seu compromisso com projetos autorais de forte conteúdo político e cultural, a diretora promete entregar uma obra que transcende o registro biográfico, abordando temas universais como identidade, pertencimento e a potência da cultura popular como forma de resistência.
O documentário pretende ser mais do que um retrato pessoal. Ao destacar a jornada de Squel, a produção lança luz sobre o papel das mulheres no samba, o simbolismo da dança e a herança das escolas de samba como pilares da cultura brasileira.
Squel Jorgea nasceu em 4 de outubro de 1982, no Rio de Janeiro. Muito além da elegância e da técnica exibidas na avenida, sua trajetória é reconhecida como símbolo de resistência cultural, empoderamento feminino e preservação das tradições do samba.
Com mais de 30 anos de experiência na dança de cortejo, Squel construiu uma carreira sólida que ultrapassa os limites da Marquês de Sapucaí. Tornou-se uma das porta-bandeiras mais respeitadas do carnaval carioca e uma verdadeira embaixadora da cultura popular brasileira.
Bicampeã do Carnaval desfilando pela Estação Primeira de Mangueira, ela também foi agraciada duas vezes com o Estandarte de Ouro, um dos reconhecimentos mais importantes do samba. Hoje, está à frente o estandarte da Portela, escola histórica e de grande tradição no cenário carioca.
Paralelamente à sua atuação nas escolas de samba, Squel dedica-se a um importante projeto social: as "Squel – Oficinas de Bailado de Porta-Bandeira". As oficinas gratuitas já passaram por diversas cidades do estado do Rio de Janeiro — como Maricá, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí — com o objetivo de formar novas porta-bandeiras.
Mais do que ensinar técnica e sincronia, as oficinas promovem uma imersão cultural. São espaços de transmissão de saberes que abrangem a história do carnaval, a importância simbólica da porta-bandeira, práticas da dança em casal, gestualidade, uso de adereços e figurinos, além de orientações sobre postura tanto em quadra quanto na avenida. Em cada edição, Squel é acompanhada pelo mestre-sala, Vinicius Jesus.
Celina Borges Torrealba Carpi é cineasta e produtora brasileira, com uma carreira marcada por obras autorais e engajadas politicamente. Graduada em Cinema pela Universidade Sorbonne, na França, e mestre em Documentário pela New York University, Celina aposta em uma abordagem sensível e emocional para contar histórias que provocam reflexão.
Essa perspectiva permeia toda a obra de Celina, que se dedica a criar narrativas sensíveis às questões sociais, identitárias e humanas, buscando provocar reflexão no público. Paralelamente à carreira no cinema, ela também atua no terceiro setor, onde exerce funções de liderança em ONGs voltadas ao desenvolvimento urbano, à defesa dos direitos humanos e à promoção da sustentabilidade.
Como produtora, reúne no currículo filmes de projeção internacional, como Wasp Network, de Olivier Assayas, selecionado pelo Festival de Veneza; The Lighthouse, de Robert Eggers, indicado ao Oscar e premiado em Cannes; e A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, que conquistou o prêmio "Un Certain Regard" em Cannes e foi o representante brasileiro no Oscar.
Como produção brasileira, lançou "Arte da Diplomacia" (2023) e prepara para outubro de 2025 a estreia de "Maurício de Sousa: O Filme", pela Donna Features. Atualmente, finaliza seu primeiro documentário de longa-metragem, "Ainda Sei Dançar" (2025), que aborda temas como espiritualidade e o enfrentamento do luto.
Celina Torrealba é também cofundadora da produtora Donna Features, ao lado de Sergio Carpi. A empresa se dedica a construir narrativas que inspirem e provoquem o público, defendendo o cinema como uma ferramenta poderosa de expressão, resistência e transformação social.
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ROXANNE ARAUJO HUBER DA SILVA
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